ESCOLA SEM PARTIDO E A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE DOS DOCENTES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO EM SANTA CATARINA
Resumo
O movimento Escola Sem Partido, surgido como reação a supostas doutrinações ideológicas nas escolas brasileiras (Miguel, 2016), busca limitar a atuação dos professores em temas considerados controversos. Este estudo investiga a influência do neoliberalismo na formação das subjetividades dos professores da rede estadual de ensino em Santa Catarina, considerando as políticas educacionais promovidas por esse movimento. O objetivo geral é analisar como o neoliberalismo molda a identidade profissional dos docentes e impacta suas práticas pedagógicas e relações interpessoais. Especificamente, a pesquisa visa entender como as políticas educacionais neoliberais influenciam a percepção dos docentes sobre sua identidade profissional, examinar o impacto dessas políticas nas práticas pedagógicas e interações no ambiente escolar, e identificar estratégias de resistência ou adaptação desenvolvidas pelos professores. A revisão teórica abrange a Escola Sem Partido, com base nas obras de Miguel (2016), e o neoliberalismo, conforme discutido por Harvey (2008), Dardot e Laval (2016). A análise do discurso e da subjetividade é fundamentada nas obras de Foucault, "Arqueologia do Saber" (2007) e "Vigiar e Punir" (2007). A metodologia adotada combina pesquisa bibliográfica e um grupo focal, conforme Krueger e Casey (2009), para obter uma visão detalhada das experiências dos docentes. Este estudo busca oferecer uma compreensão crítica dos efeitos do neoliberalismo e do movimento Escola Sem Partido na formação de professores e na qualidade da educação, fornecendo insights sobre as estratégias de adaptação e resistência dos docentes diante das pressões neoliberais.