AÇÕES DE ACOLHIMENTO E PARA PERMANÊNCIA DOS IMIGRANTES NA UFFS - CAMPUS ERECHIM
Palavras-chave:
Ações de acolhimento, Permanência, ImigrantesResumo
Desde 2018, a UFFS - Campus Erechim conta com a presença de estudantes haitianos e, atualmente, com uma discente argentina e uma congolesa, todos selecionados por meio dos Programas PROHAITI e Pró-Imigrante. Tal realidade mobilizou uma série de ações a fim de contribuir com o acolhimento, a permanência, o êxito acadêmico desses discentes e, principalmente, para que eles se sintam parte da Universidade. Desse modo, este trabalho tem como objetivo relatar algumas dessas ações feitas pela comissão local do Pró-Imigrante. Nesse movimento, é fundamental ressaltar a importância da extensão universitária, a qual se coloca “questões complexas, seja por suas implicações político-sociais, seja por exigir postura intelectual aberta à inter e à transdisciplinaridade, que valorize o diálogo e a alteridade” (Paula, 2013, p. 6). Nessa direção, uma das ações proposta pelo campus foi o Programa de Extensão “Diversidade Linguística: compartilhar saberes para quebrar barreiras” a partir do qual os próprios estudantes haitianos ministraram cursos em diferentes línguas: francês, inglês, espanhol e crèole haitiano. Ademais, a primeira edição do programa contou com uma bolsista haitiana. Outra ação a ser relatada é a comemoração do Dia da Bandeira do Haiti, atividade em que os estudantes discorrem sobre a sua história e cultura para os demais colegas discentes e servidores do campus. E, por fim, ressaltamos, também, a Monitoria Intercultural, projeto que conta com um discente haitiano como monitor. Em todas essas ações, destacamos o protagonismo desses estudantes por meio de uma participação efetiva, pois participar tem relação com “a possibilidade de expressar-se junto aos demais, o direito de ser ouvido e, respectivamente, de ouvir os outros; ter condições de acesso aos bens econômicos, sociais e culturais produzidos pela sociedade na qual se vive; exercer o potencial produtivo e criativo [...]” (Streck, 2017, p. 192). Assim, em todas as ações referidas, são as vozes, línguas, história e cultura desses estudantes que ganham espaço, visibilidade e possibilidade de diálogo para além da sala de aula, contribuindo para sua inserção na dinâmica do universo acadêmico e para a sua permanência. Além disso, as bolsas, embora com valores ainda não ideais à necessidade desses sujeitos, auxiliam também que eles permaneçam na Instituição.