A RECEPÇÃO AOS IMIGRANTES NO BRASIL E NOS EUA:
UMA ANÁLISE COMPARATIVA E A PERCEPÇÃO DO IMIGRANTE
Palavras-chave:
Políticas migratórias, Integração social, Xenofobia, discriminação e Impacto econômico.Resumo
O presente trabalho tem como objetivo comparar as políticas migratórias e a integração de
imigrantes no Brasil e nos Estados Unidos da América, destacando como diferenças
históricas, legais e culturais influenciam a aceitação social e econômica dos mesmos. Em
termos de metodologia, trabalha-se como estudo de documentos, reportagens e depoimentos
de imigrantes conhecidos. Ambos os países têm sua formação sócio-histórica marcada pela
presença de imigrantes. No que diz respeito às políticas migratórias, no Brasil, a Lei n°
13.445/2017, está assentada em princípios humanitários, garantindo direitos como saúde,
educação e trabalho, mesmo para imigrantes irregulares. Por esta Lei, a entrada irregular não é
criminalizada e existem facilidades para regularização da permanência do imigrante no
território brasileiro. No contexto Estadunidense, a Lei de Imigração e Nacionalidade de 1952
(Lei Mc Carran-Walter) e a Lei de Imigração de 1924 (Lei Johnson-Reed) apresentam uma
conotação mais restritiva de direitos, criminalizando a entrada irregular e limitando o acesso
dos imigrantes aos benefícios públicos. No contexto da integração social e econômica, se
percebe que os EUA tendem a atrair mão de obra qualificada por meio de vistos específicos,
como o H-1B, ao passo que o Brasil, embora mais aberto, enfrenta desafios na formalização
laboral de imigrantes, gerando dificuldades para o exercício de profissões não habilitadas ou
reconhecidas internamente. No caso dos EUA os imigrantes contribuem significativamente
para o PIB (US$ 2 trilhões/ano), especialmente em tecnologia, agricultura e serviços. No
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contexto brasileiro, atuam em nichos como comércio informal e confecções, muitas vezes em
condições precárias, com impacto menos quantificado. Em termos de integração à sociedade,
xenofobia e discriminação, se percebe que o discurso polarizado, especialmente nos EUA tem
gerado a associação de imigrantes, especialmente latinos, à criminalidade; as políticas de
segurança de fronteira tem separado famílias e produzido deportações em massa. No caso
brasileiro, as ondas de entrada de venezuelanos e argentinos, associadas à emergência de um
pensamento neoconservador, tem feito surgir um sentimento de xenofobia aos imigrantes que
ameaça o processo de integração dos mesmos na sociedade e o acesso aos direitos
fundamentais. Portanto, fica evidente que a recepção aos imigrantes reflete não apenas
políticas públicas, mas também identidades nacionais em conflito. Enquanto os EUA, uma
nação construída por imigrantes, hoje ergue barreiras aos mesmos, o Brasil, embora
culturalmente plural, ainda carece de mecanismos concretos para garantir dignidade aos
estrangeiros. Assim, a análise comparativa demonstra que a integração ideal permanece um
desafio em ambos os países, nos contextos específicos que vivem.