O OUTRO NA ESCOLA: OLHARES DOCENTES SOBRE A DIVERSIDADE EMESCOLAS ESTADUAIS DE CHAPECÓ-SC

Autores

Palavras-chave:

Formação de professores, Percepções docentes., Diversidade cultural e linguística.

Resumo

Esta escrita é perpassada por lembranças e memórias, por vivências e reflexões em torno do fundamento da diferença e sua relação com o educativo. Sou eu mesmo um dos deslocantes, vindo da Região Norte à Sul do Brasil, imerso na complexidade dum mundo intrincado e imantado por culturas e etnias variadas devido às migrações que ocorrem com constância, atiçadas pela globalização (Hall, 2008). A realidade no tempo presente do Oeste catarinense é um caso exemplar do fenômeno migratório, sobretudo em Chapecó, recebendo miríades de culturas e línguas que coexistem diariamente e se nos apresentam de modos particulares (Horst; Bertiotti, 2019). Uma vez que a escola tende a refletir seu entorno, assim a multiplicidade se presentifica nos espaços escolares. Nesse sentido, a pesquisa nasce, essencialmente, de uma inquietação, tecida nas tramas do cotidiano de conversas e experiências de ensinança, de mim mesmo enquanto professor: quero dizer, como docentes veem à diversidade étnico-cultural e linguística, e como (quando for o caso) essa inclusão ocorre? Assim, persigo o objetivo de analisar como a diversidade étnico-cultural e linguística é percebida no ambiente escolar, segundo a ótica de docentes no contexto de escolas públicas estaduais localizadas na municipalidade de Chapecó. Adotando uma abordagem metodológica que mescla pesquisa bibliográfica e documental, observação participante e rodas de conversa, à luz do campo teórico decolonial, utilizaremos estas últimas visando identificar elaborações, sentimentos, atitudes, saberes e experiências dos participantes em relação ao objeto. Após isso, as falas recolhidas e os escritos do diário de campo – utilizado para a observação dos corpos (i)migrantes em trânsito nos espaços escolares – serão analisadas conforme pensadores que miram a docência, a identidade e a linguagem (Arroyo, 2017; hooks, 2013; Larrosa, 2015; Walsh, 2005, 2017), a partir de sentidos vários, imbricando-lhes com o campo. Debruçamo-nos ainda à realidade da espacialidade brasileira (Santos, 2009, 2004; Costa, 2010), entre tensões e aberturas, da natureza e composição desde o espaço escolar e, também, buscamos pontos de fuga além e aquém da lógica tradicional (Deleuze, 2018; Mignolo, 2020). As observações, que já foram realizadas, serão entrecruzadas constantemente com o referencial teórico, de modo que os lócus de pesquisa que darão ensejo para pensarmos conceitualmente, e não o contrário. Neste momento, esperamos analisar as formas de compreender na escola o seu diverso essencial, e, com isso, desnaturalizar práticas e contribuir na formação inicial e continuada de professores.

Biografia do Autor

  • Asley di Luca da Silva Vieira, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Mestrando em Educação, pelo Programa de Pós-graduação em Educação da UFFS-Campus Chapecó e professor na rede pública municipal de Chapecó. E-mail: asley.diluca@gmail.com

  • Renilda Vicenzi, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Doutora em História. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFFS-Campus Chapecó. E-mail: renilda.vicenzi@uff.edu.br.

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Publicado

23-09-2025

Edição

Seção

Formação de Professores: Conhecimentos e Práticas Educacionais