FORMAÇÃO DOCENTE E ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: A ÊNFASE DO EMPRESÁRIO DE SI E DO CAPITAL HUMANO NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Resumo

Este trabalho busca compreender como as políticas educacionais de formação continuada para o
atendimento educacional especializado em altas habilidades/superdotação têm sido engendradas na
Contemporaneidade? Trata-se de uma pesquisa orientada pela abordagem epistemológica pós-crítica,
de cunho qualitativo, utilizando a pesquisa bibliográfica e documental como suporte de investigação.
As análises empreendidas amparam-se nos estudos Foucaultianos, pinçando a biopolítica como
ferramenta teórico-metodológica. O corpus documental é constituído por políticas educacionais
internacionais, nacionais, de Santa Catarina, e por cursos de formação continuada para professores
com ênfase nas AH/SD. O exercício analítico empreendido sobre os materiais permitiu a
compreensão das políticas educacionais para formação continuada de professores como estratégias
biopolíticas que buscam subjetivar a conduta do autoempreendedorismo nos sujeitos. Percebeu-se
que as políticas educacionais exercem duas práticas de investimento no capital humano. A primeira
prática é realizada pelo próprio sujeito, sendo ele responsável pela capitalização de competências
necessárias pela perspectiva neoliberal, para manter-se competitivo no jogo econômico. A segunda
prática é realizada por intervenção do Estado. Nela, o Estado fomenta o capital humano docente,
através de cursos de formação continuada, que objetivam a constituição do especialista para o AEE
destinado ao sujeito com superdotação. Conclui-se, que as políticas educacionais contemporâneas
movimentam, controlam e conduzem a conduta do empresário de si sobre os docentes, além de
instituir um especialista expert na ação de identificar, mas sobretudo potencializar habilidades no
superdotado. Ambas as práticas de investimento no capital humano são importantes para a
manutenção dos interesses neoliberais na Contemporaneidade.