ASSÉDIO E PERMANÊNCIA NA UNIVERSIDADE
ANÁLISE DE CASOS NO CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS - CAMPUS CHAPECÓ
Resumo
No que se refere à temática da permanência na universidade pública, muitos aspectos precisam ser apontados. A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) atende uma região “historicamente desassistida pelo poder público”, favorecendo o ingresso de estudantes oriundos de escola pública para cerca de 90% de suas vagas (UFFS, [2022]). O acesso ao ensino superior por essa camada social é bastante recente e, entre outras implicações, essa transformação social acaba por produzir novas relações dentro da universidade, muitas vezes marcadas por conflitos. Nesse sentido, discutir o assédio no espaço universitário se faz fundamental. O objetivo deste trabalho é compreender as percepções sobre o assédio de estudantes do curso de ciências sociais - UFFS - campus Chapecó. A metodologia consiste no trabalho de campo antropológico, compreendido como observação participante, uma vez que sou também discente do curso, possuo minhas próprias experiências e o acúmulo de vivências e análises críticas enquanto discente do curso. Além disso, realizei pesquisa por meio de formulário online e anônimo, recebendo 12 respostas de discentes. Encaminhei o formulário para discentes com matrícula ativa no curso, desistentes e egressos. Os resultados foram analisados através de cartilhas produzidas por universidades e orientações da própria Universidade Federal da Fronteira Sul sobre boas práticas, contendo informações sobre a legislação vigente acerca do assédio. Os resultados apontam inteiramente para uma percepção da existência do assédio pelos respondentes. Também é possível notar receio por parte dos estudantes em relação à abordagem da temática. Além disso, podemos destacar a prevalência de recortes de gênero e classe nas situações analisadas. Tudo isso aponta para a necessidade latente de ampliação do debate e de medidas de prevenção por parte da instituição.
