PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NAS NARRATIVA CINEMATOGRÁFICAS
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) vem ganhando crescente visibilidade na sociedade nas últimas décadas, fator que pode ser explicado pelo vertiginoso aumento de estudos e pesquisas nas diferentes áreas, mas também, que pode ser explicado pelo crescente número de produções midiáticas que destacam o TEA como objeto central de suas narrativas, como reportagens, programas televisivos, séries ou filmes. Partindo desta temática, o presente trabalho se propõe a compreender como o discurso cinematográfico cria efeitos de verdade acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA), visando compreender que sujeito com TEA é veiculado e demonstrado na mídia cinematográfica, bem como, entender se os discursos construídos a respeito deles são a extensão da realidade vivenciada pelas pessoas com Autismo, se são condizentes com suas vidas e rotinas. Para isso, o estudo se propõe a realizar a análise de três (3) filmes que criteriosamente foram selecionados, e, dentro de uma perspectiva pós-estruturalista, utiliza a etnografia de tela para a coleta das materialidades empíricas. Assim, através da perspectiva da Análise do Discurso, amparada na teoria foucaultiana, buscará responder o problema de pesquisa apresentado, de como as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) são narradas nos discursos cinematográficos e como esses discursos produzem efeitos de verdade acerca desse público. Por se tratar de um estudo ainda em andamento, o presente trabalho apresenta resultados parciais que demonstram uma imagem romatizada da pessoa com autismo, que são apresentada nas mídias filmicas, em que, as produções midiáticas desenvolvem um poder quando usam da articulação de discursos a respeito do TEA, disseminando verdades construídas através de informações que gerem maior visibilidade, maquiando dados e articulando saberes a favor de suas produções.