PORTUGUÊS COMO LINGUA DE ACOLHIMENTO

Autores

  • Lidiane Tania Ronsoni Maier Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Sandra de Avila Farias Bordignon Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Palavras-chave:

Ensino, Acolhimento, Oportunidades, Língua

Resumo

O texto aqui apresentado refere-se a temática migratória e o direito à língua como princípio de integração social baseada na experiência do ensino de língua portuguesa à imigrantes Venezuelanos, ofertada na Escola Municipal de Educação Básica José Theobaldo Utzig, no município de Pinhalzinho-SC. Com a chegada de novos imigrantes na região oeste de Santa Catarina apresenta-se uma atenção especial ao ensino de português como língua de acolhimento. Sendo uma abordagem didática que ensina a língua portuguesa para imigrantes e refugiados e visando não só a comunicação, mas também a sua integração social e cultural, com reforço a ideia da garantia da Língua como direito humano fundamental. O método combina o ensino da língua com a apresentação da cultura e do país de acolhimento, promovendo a aproximação, a interação com os nativos brasileiros e o aprendizado de uma segunda língua. Essa abordagem educacional surgiu em Portugal no início dos anos 2000 para atender ao aumento da imigração, e no Brasil, ganhou força a partir da segunda década dos anos 2000, com iniciativas das universidades. O PLA (Português como Língua Adicional) utiliza a língua como elo entre o "não-lugar" da migração e o "lugar" de pertencimento, fortalecendo a autonomia e a cidadania dos deslocados. É pertinente lembrar que a língua de acolhimento abrange realidades e públicos que necessitam de forma urgente mais do que o ensino de uma língua. Neste âmbito faz-se necessário que os objetivos deste trabalho passem pela inclusão social, autonomia, respeito à diferença, a garantia de direitos. A língua é uma ferramenta essencial para a integração dos imigrantes e refugiados na sociedade e no mercado de trabalho. Aprender português desenvolve as competências necessárias para que as pessoas se sintam mais seguras e autônomas em seu novo país. O português como língua de acolhimento, busca um paradigma de ensino que valorize a diversidade cultural, evitando a assimilação cultural e promovendo o diálogo intercultural e melhorando consideravelmente a vida daqueles que chegam. A experiência desenvolvida retrata diversos desafios, entre eles, a diferença cultural, os costumes, as diferentes formas de conceber a educação, a alta carga horária de trabalho, a falta de uma rede de apoio familiar. O exercício desenvolvido possibilitou que se olhasse para as diferentes formas de aprender uma segunda língua: como possibilidade de pertencimento ao não-local de residência, no caso o Brasil, como forma de pertencer ao cotidiano, como possibilidade de acolhida pelo público brasileiro, entre outros fatores. Como resultados podemos citar as diversas formas de acolhimento no processo de ensino da língua: as ações promovidas como forma de recepção de novos imigrantes, o diálogo com o mercado de trabalho, as temáticas emergentes abordadas em sala de aula, ampliando o vocabulário sobre direitos, deveres, sistema de saúde, sistema de educação entre várias demandas sociais e culturais locais. Apontamos a necessidade de continuidade destas ações, com a justificativa na quantidade de imigrantes que chegam ao município, estimada em 40 imigrantes que chegam semanalmente a Pinhalzinho-SC.

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Publicado

26-09-2025