DISCURSO INSTITUCIONAL E HOS(TI)PITALIDADE:

A LÍNGUA DE (NÃO) ACOLHIMENTO EM MO(VI)MENTOs

Autores

  • Mary Stela Surdi UFFS
  • Roselaine de Lima Cordeiro UFFS - Campus Erechim
  • Angela Derlise Stube UFFS

Palavras-chave:

Discurso institucional, Hospitalidade, Língua de acolhimento

Resumo

Neste trabalho, voltamos nosso olhar para a análise do discurso institucional da UFFS. Nosso objetivo principal é analisar a noção de hospitalidade pelo viés da desconstrução derridiana em uma perspectiva discursivo-desconstrutiva. Para isso, teoricamente mobilizamos as noções  de discurso institucional (Da Rosa, 2021), hos(ti)pitalidade (Derrida (2004),   Coracini (2007 e 2010)) e língua de acolhimento  (Ança  (2008),  Grosso  (2010),  São  Bernardo  (2016),  Bizon e Camargo (2018)), considerando as condições de produção (Pêcheux, 2014) relacionadas aos fluxos  migratórios do século XXI e as políticas de ingresso para estudantes estrangeiros na UFFS. A análise aponta para três mo(vi)mentos, os quais nomeamos como saber a língua para/e (demonstrar) saberes sobre, saber  a língua e (demonstrar) saber sobre a língua e provar saber a língua, que mostram deslocamentos nos modos de hospitalidade ou hostilidade, em  que a língua portuguesa é tomada como língua de (não) acolhimento. Nesses três mo(vi)mentos, observamos que há modificações na forma de  ingresso que exigem cada vez mais que o candidato compreenda a língua portuguesa. Assim, ao mesmo tempo em que se procura receber o outro a partir da hospitalidade, também  está presente o que  Derrida chama de  hos(ti)pitalidade, pois o sujeito-estudante imigrante precisará cumprir as  exigências do processo seletivo em uma  língua que não é a sua. Sobre  isso, ao longo do trabalho, buscamos mostrar que a língua dita de acolhimento ainda é uma barreira tanto para o  acesso quanto para a  permanência desse estudante, mas também nos demais âmbitos da  sociedade, pois essa é uma língua do dia a dia do sujeito, necessária para  a sua plena cidadania. Portanto, compreendemos que, para além do espaço  acadêmico, é necessário cada vez mais atenção e ações voltadas a  minimizar e vencer essa barreira, considerando nesse processo de  acolhimento a voz e a língua do imigrante.

Biografia do Autor

  • Mary Stela Surdi, UFFS

    Professora, graduada em Letras pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (1994), com mestrado em Letras Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998) e doutorado em Estudos Linguísticos no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos na Universidade Federal da Fronteira Sul (2024). Atualmente é docente com dedicação exclusiva na Universidade Federal da Fronteira Sul Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Metodologia de Ensino de Português, atuando principalmente nos seguintes temas: pratica de ensino, leitura, língua portuguesa e análise de discurso.

  • Angela Derlise Stube, UFFS

    Possui graduação em Letras Licenciatura Plena pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ (1997), mestrado em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2000) e doutorado em Lingüística Aplicada, pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2008). Atualmente, é professora da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó/SC, no curso de graduação em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL). Trabalha, principalmente, com os seguintes temas: formação de professores, discurso pedagógico, ensino-aprendizagem de língua materna, políticas lingüísticas. É membro do GT "Práticas Identitárias em Lingüística Aplicada", na ANPOLL; líder do grupo de pesquisa "língua(gem), discurso e subjetividade"; coordenadora do "Fronteiras: Laboratório de Estudos do Discurso" e do GELINDI - Grupo de Estudos Linguagem, Discurso e Identidade.

Downloads

Publicado

26-09-2025