VIDA, COTIDIANO, ESTUDOS E TRABALHO
SER IMIGRANTE HAITIANO NA UFFS
Resumo
Migrar para outro lugar é algo que acontece no mundo inteiro. As causas são várias, no entanto, as mais frequentes têm a ver com questões políticas, econômicas e, por busca de segurança das pessoas que se veem obrigadas a saírem do seu país, no intuito de garantir a sua vida. No Brasil, de acordo com dados divulgados em 2021, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, existia 1,3 milhão de imigrantes vivendo aqui. Conforme podemos perceber, houve um crescimento de 24,4% entre 2011 e 2020. Os imigrantes mais registrados são os haitianos, colombianos e venezuelanos. Eles deixam o seu próprio país, principalmente, para trabalhar e conseguir sustentar a si e a sua própria família que, talvez, esteja com eles ou não migrou junto. Neste estudo, tempos como objetivo, abordar o tema imigração e trabalho, a partir da experiência de vida de estudantes haitianos da UFFS, enfocando os tipos de trabalho desempenhados por eles, os critérios relacionados com esses postos de emprego que ocupam, as condições vivenciadas nesses espaços (saúde, ambiente, segurança, direitos, entre outras), bem como o comportamento das empresas para com os imigrantes. Optamos pelos haitianos, como público-alvo, tendo em vista o fato de estarem em segundo lugar ( em primeiro, temos os venezuelanos), em conformidade com os dados estatísticos sobre o tema. Outro aspecto que pretendemos analisar diz respeito aos estudos de gênero, trazendo depoimentos de mulheres estudantes, negras, imigrantes e trabalhadoras. Esse é um aspecto de extrema relevância, que vem sendo abordado de diferentes formas, nos encontros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas, na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus de Cerro Largo/RS. Nesse espaço de diálogo e acolhida, tem sido possível debater e refletir sobre algumas das categorias que embasam a presente pesquisa: racismo, xenofobia, patriarcalismo, sexismo, machismo e misoginia. Para atender ao objetivo de compreendermos o contexto desses/as sujeitos/as no espaço da academia, suas dificuldades para estudarem, se manterem na universidade, assim como o seu cotidiano no mercado de trabalho, faremos uso de entrevistas ( pessoalmente ou, virtualmente), além de depoimentos e falas registradas ( com as devidas autorizações), em grupos de WhatsApp, Instagram e Facebook. Pelo que pudemos apurar, até o momento, é possível inferir que este estudo trará uma importante contribuição, para diferentes órgãos da universidade e da sociedade, em termos de subsidiar políticas de acesso e permanência de estudantes imigrantes e na implementação de políticas sociais e de acolhimento a esse público, visando qualidade de vida e o respeito à diversidade cultural e aos direitos humanos.