OS NOMES DE LUGARES NO OESTE DE SANTA CATARINA:
NOTAS SOBRE A SUA TOPONÍMIA ITALIANA
Resumo
Os estudos onomásticos em Santa Catarina são incipientes comparados às outras regiões do país. Nesse sentido, esse trabalho se propõe a estudar a constituição dos nomes de lugares na região Oeste de Santa Catarina, em particular, os de origem italiana. Essa região recebeu, durante sua história, camadas de assentamento humano que remontam desde os primórdios dos povos indígenas (Guarani e Kaingang), passando pela história do tropeirismo e influência paulista e luso-brasileira, e, chegando até as migrações vindas do Rio Grande Sul com descendentes de imigrantes, em sua maioria, de origem alemã, italiana e eslava. Esse estudo utiliza dados de um corpus de mais 3.000 topônimos recolhidos em mapas oficiais do IBGE (2010), os quais foram transpostos em fichas toponímicas e classificados conforme a perspectiva metodológica de Dick (1990). No que tange a descrição das formas toponímicas, utilizou-se uma vasta literatura lexicográfica (Caffarelli e Marcato, 2008; Mioranza, 1997; Queirazza et al., 1997; Francipane, 2005; Cavallin, 2010, entre outros) e de obras sobre toponímia italiana no Brasil (Frosi, 2009; Dal Corno, 2009; Filgueiras, 2011;2016, entre outros) para entender as raízes da dinâmica denominativa local. A categoria dos antropotopônimos (nomes de pessoas) é a mais abundante entre os italianismos recolhidos. Logo após, se encontra a taxe dos hagiotopônimos (nomes de santos), entre as de maior ocorrência, o que destaca o valor e importância da fé nos santos italianos que o colono ítalo-brasileiro considerou no ato de denominar a terra de chegada.