OS NOMES DE LUGARES NO OESTE DE SANTA CATARINA:

NOTAS SOBRE A SUA TOPONÍMIA ITALIANA

  • Fernando Hélio Hélio Tavares Tavares de Barros Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
  • Marcelo Jacó Krug Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Palavras-chave: Toponímia; Oeste de Santa Catarina; Italianismos

Resumo

Os estudos onomásticos em Santa Catarina são incipientes comparados às outras regiões do país. Nesse sentido, esse trabalho se propõe a estudar a constituição dos nomes de lugares na região Oeste de Santa Catarina, em particular, os de origem italiana. Essa região recebeu, durante sua história, camadas de assentamento humano que remontam desde os primórdios dos povos indígenas (Guarani e Kaingang), passando pela história do tropeirismo e influência paulista e luso-brasileira, e, chegando até as migrações vindas do Rio Grande Sul com descendentes de imigrantes, em sua maioria, de origem alemã, italiana e eslava. Esse estudo utiliza dados de um corpus de mais 3.000 topônimos recolhidos em mapas oficiais do IBGE (2010), os quais foram transpostos em fichas toponímicas e classificados conforme a perspectiva metodológica de Dick (1990). No que tange a descrição das formas toponímicas, utilizou-se uma vasta literatura lexicográfica (Caffarelli e Marcato, 2008; Mioranza, 1997; Queirazza et al., 1997; Francipane, 2005; Cavallin, 2010, entre outros) e de obras sobre toponímia italiana no Brasil (Frosi, 2009; Dal Corno, 2009; Filgueiras, 2011;2016, entre outros) para entender as raízes da dinâmica denominativa local. A categoria dos antropotopônimos (nomes de pessoas) é a mais abundante entre os italianismos recolhidos. Logo após, se encontra a taxe dos hagiotopônimos (nomes de santos), entre as de maior ocorrência, o que destaca o valor e importância da fé nos santos italianos que o colono ítalo-brasileiro considerou no ato de denominar a terra de chegada.

Biografia do Autor

Marcelo Jacó Krug, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Professor associado na Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS - Campus Chapecó. Pesquisador e docente do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos - PPGEL e do Curso de Graduação em Letras Português e Espanhol. Coordenador adjunto do PPGEL 2022-2023. Possui Graduação em Letras Português/Alemão pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2001), Mestrado em Linguagem no Contexto Social pela UFRGS (2004) e doutorado em Letras/Filologia Românica pela Christian-Albrechts-Universität zu Kiel (Alemanha) (2009). Coordenador do grupo de pesquisa "Atlas das Línguas em Contato na Fronteira" e integrante dos grupos de pesquisa "Alma Linguae: Variação e Contatos de Línguas Minoritárias" e ALiB - Região Su, Red BayMisl. É coordenador do grupo de estudos do Atlas das Línguas em Contato na Fronteira.Foi bolsista Pesquisador Experiente da CAPES-Humboldt, no período de 2020-2023. Estágio de pesquisa pós-doutoral em dialetologia na Universidade de Augsburg - Alemanha (2020-2023) Membro da Geselschaft für die Deutsche Sprache (GfdS), extensão Porto Alegre, desde 2018. Participa da equipe Red-BayMis de las Universidad Nacional de Misiones (Argentina) y Universidad de Augsburgo. É membro efetivo da Associação de Brasilianistas na Europa (ABRE). Mantém acordo de cooperação com o projeto Verba Alpina da Universidade de Munique e com o Projeto REDE da Phillips-Universität Marburg. Mantém acordo de cooperação com a USP, UFRGS e com a UNaM - Misiones, Argentina. Tem experiência na área de Letras e Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: bilinguismo e línguas em contato, dialetologia pluridimensional, política linguística, ensino de língua portuguesa e língua alemã em contextos multilíngues, fonética e fonologa, morfologia e formação de professores.

Publicado
12-02-2024
Seção
Eixo 08: LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES - Resumo Expandido