FREQUÊNCIA DE DOENÇAS EM UMA AMOSTRA DE IDOSOS ATENDIDOS EM EMERGÊNCIA HOSPITALAR

Autores

  • Luis Felipe Chaga Maronezi Uffs Passo Fundo
  • Lucas Nunes Trindade Uffs Passo Fundo
  • Giovana Bonessoni Felizari Uffs Passo Fundo
  • Guilherme Assoni Gomes Uffs Passo Fundo
  • Lucas Henrique Rosso Uffs Passo Fundo
  • Ivana Loraine Lindemann Uffs Passo Fundo
  • Júlio César Stobbe Uffs Passo Fundo

Resumo

É notória a elevada prevalência de idosos nos serviços de emergência de grandes hospitais, devido ao envelhecimento populacional e, à consequente mudança no perfil epidemiológico. O aumento na expectativa de vida acarreta inúmeras alterações morfofisiológicas no organismo, levando a doenças crônicas e incapacidades funcionais. No Brasil, os indivíduos com mais de 60 anos de idade representam aproximadamente 10,8% da população total e, costumam ser admitidos no hospital duas  vezes mais do que os indivíduos jovens. Assim, é evidente que os serviços de urgência e emergência hospitalar carecem de estudos visando à melhoria no atendimento desses pacientes. Esse estudo objetivou descrever a frequência de doenças em idosos atendidos em emergência hospitalar. Para isso, foi realizado um estudo transversal de Maio até Agosto de 2018 no setor de Urgência e Emergência do Hospital São Vicente de Paulo, localizado em Passo Fundo – RS, com amostra não probabilística selecionada por conveniência, incluindo idosos de ambos os sexos, atendidos pelo Sistema Único de Saúde, sendo excluídos aqueles com Acidente Vascular Encefálico. Os dados foram coletados do prontuário e por aplicação de questionários que posteriormente foram digitados, e a estatística descritiva foi feita no PSPP (distribuição livre). O diagnóstico das doenças foi verificado no prontuário: doença cardiovascular (hipertensão arterial sistêmica), doença endócrina (diabetes mellitus), doença pulmonar (pneumonia, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica), desequilíbrio metabólico (dislipidemia e cetoacidose), doença renal (nefrolitíase), doença gastrintestinal (gastroenterite, pancreatite, hepatite e cirrose), trauma/queda (queda de própria altura e acidentes de trânsito), doença osteomuscular (osteoporose e fraturas), doença hemato/oncológica (anemia, neoplasias e tumores benignos), doença infecciosa (sepse e infecções bactericidas ou virais), doença neurológica (trauma cranioencefálico, meningite e Parkinson) e doença psiquiátrica (ansiedade, depressão e esquizofrenia). O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS. A amostra foi constituída de 144 pacientes, com predomínio do sexo masculino (53,5%), entre 60 e 69 anos (49,3%), cor da pele branca (85,6%), renda mensal entre 1 e 2 salários mínimos (53,9%), residência em zona urbana (80,5%) e que moravam em casa ou apartamento com parentes (47,5%). No que se refere aos hábitos de vida, 47,2% não eram tabagistas, 87,2% não consumiam bebidas alcóolicas e 65,2% não praticavam atividade física. Com relação à frequência de doenças, houve predomínio de doença cardiovascular (82,6%), seguido de doença endócrina (27,3%), doença pulmonar (16,7%) e desequilíbrio metabólico (10,6%). As doenças renais, gastrintestinais e acidentes causados por trauma e queda vêm em sequência, apresentando ambas uma frequência de 9,8%. Por fim, estão as doenças osteomusculares, hemato/oncológicas, infecciosas, neurológicas e psiquiátricas que, embora menos frequentes, ainda são uma causa importante de admissão no serviço. É evidente, então, que as doenças crônicas ainda são as mais presentes na vida da população maior de 60 anos e que as suas consequências são as principais causas da vinda de inúmeros idosos ao serviço de urgência/emergência hospitalar. Diante disso, reforça-se a importância de medidas de prevenção primária a toda a população ao longo da vida.

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Publicado

25-10-2018

Edição

Seção

Campus Passo Fundo - Projetos de Pesquisa