O PERFIL DOS ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Resumo
O acesso à formação médica contempla inúmeras desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais, pois ao longo da história brasileira, a oferta dos cursos de medicina estavam focalizadas nos grandes centros urbanos , com um perfil de acadêmicos de classe média alta, brancos e oriundos de escolas particulares. O Programa Mais Médicos, lançado em 2013, e as políticas de ampliação do acesso ao ensino superior buscam modificar essa realidade e transformar o perfil do acadêmico, democratizando o acesso à formação médica. . Com isso, objetiva-se identificar, o perfil dos estudantes de graduação em medicina no Brasil. O presente trabalho consiste em uma revisão sistemática da literatura norteada pela pergunta “qual o perfil dos estudantes de medicina no Brasil?”. Utilizou-se o descritor “perfil dos estudantes de medicina” no portal Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) durante o mês de fevereiro de 2018, sendo encontrados 136 trabalhos. Foram incluídos na amostra os trabalhos coerentes com o objetivo da pesquisa e publicados em português, inglês ou espanhol, até o ano de 2017. Já os duplicados e não disponíveis na íntegra foram excluídos, conformando um universo de 05 artigos. As seguintes variáveis foram analisadas: sexo, renda familiar, local em que cursou o ensino médio e motivações pela escolha do curso. Foi realizada uma sistematização da escrita dos resultados encontrados na literatura a partir do método de busca executado. A publicação mais recente data de 2017 e as duas mais antigas de 1994. Os trabalhos, em sua totalidade, utilizaram abordagem quantitativa, sendo os dados obtidos por questionários aos alunos do curso de medicina de instituições das regiões Sudeste (02), Sul (01), Centro-Oeste (01) e um deles fora do Brasil. Nas análises, a maioria dos estudantes era do sexo masculino. Quanto à renda familiar, a maior parte concentra entre 4 e 10 salários mínimo. Em relação ao ensino médio, a maioria dos estudantes eram provenientes de escolas particulares, totalizando taxas acima de 75%. O motivo principal de escolha do curso foi a vocação e o desejo pessoal, perfazendo índices próximos de 80%. Diante dos resultados, pode-se constatar que, apesar dos esforços empenhados para mudança do perfil acadêmico de graduação nos últimos anos, pouco ou nada se observa de avanços: prevalecem indivíduos masculinos, de classe média alta e vindos de escola particular. Porém, os dois artigos mais recentes já identificam o sexo feminino como maioria. Nota-se, também, a necessidade de estudos atuais para verificar o real perfil dos estudantes de medicina.
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