LEVANTAMENTO SOBRE TRABALHO, RENDA E CULTURA LOCAL NO ASSENTAMENTO RIO PERDIDO
Resumo
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar a organização agrária e econômica do Assentamento Rio Perdido da cidade de Quedas do Iguaçu – PR. O trabalho visa também aprimorar os conhecimentos teóricos produzidos no âmbito universitário e confrontá-los com a realidade social. A pesquisa foi desenvolvida na 2° fase do curso Interdisciplinar em Educação do Campo Ciências Sociais e Humanas - Licenciatura (IEDOC/UFFS) articulando as disciplinas de Leitura e Produção Textual, Estatística Básica e Campo e Desenvolvimento no Brasil. Num primeiro momento, desenvolvemos a parte teórica em torno do conceito “questão agrária”, que abre debate a tudo o que envolve o meio rural de um país, a partir disso realizamos uma breve análise histórica sobre a da posse e a luta pela terra no Brasil desde a chegada dos portugueses até os anos atuais e os presentes movimentos sociais de luta pela terra. Também abordamos brevemente os modos de produção e organização no campo, tais como o campesinato, agricultura familiar e o agronegócio. Em um segundo momento, fomos a campo realizar a aplicação de um questionário com caráter exploratório, quantitativo e qualitativo no intuído de agregar informações sobre as principais fontes de renda da comunidade, a forma de trabalho predominante e principais alimentos produzidos pelas famílias. Junto a esse questionário colhemos também alguns relatos de moradores que estão na comunidade desde que a área foi ocupada em 1985, passando pelo ano que a terra foi concedida para assentamento, quem são e de onde vieram seus moradores, isso tudo para trazer presente a história da comunidade e como se deu esse processo. Dos indícios que a pesquisa aponta, dois com alto grau de importância são: os níveis de escolaridade, sendo que em 60% das famílias entrevistadas, o integrante com maior grau de escolaridade não chegou a concluir o ensino médio e em 50% dos casos nem mesmo o fundamental; a outra questão é a ausência dos sujeitos taxados (que se identificam/que se caracterizam) como camponeses, ou seja, que produzem a sua própria soberania alimentar e que comercializam apenas o excedente. O que se encontra é a produção de monocultura como o cultivo de soja, milho e produção leiteira mesmo que em pequena escala. Entretanto, o tamanho dos terrenos e a condição econômica dos moradores da comunidade não lhes permite expandir geometricamente sua capacidade produtiva, ou seja, a pesquisa aponta que mesmo que em pequena escala a comunidade está a reproduzir o modelo de produção convencional que tem como seu maior representante o agronegócio.
Palavras-chave: Questão Agrária. Agronegócio. Modo de Produção. Luta Pela Terra. Campesinato.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.