Arte e Filosofia

Autores

  • Evandro Bilibio UFFS - LS PR

Resumo

De um modo geral o que se tem na história da arte é uma linearidade que pode ser observada desde os gregos até meados do século passado. Independente da escola e do movimento artístico (com raríssimas exceções) a ideia de belo, harmonia, perfeição, enquanto valores estiveram sempre presentes quando da criação de uma obra de arte.  Assim, não foram poucas as obras que tentaram, ao longo do tempo, despertar no homem valores positivos retratando e reproduzindo as mais belas imagens, harmonias, relatos, palavras, etc. Por trás dessa atitude residia a esperança humanística (o que ainda é válido) de que se fosse dado ao ser humano ‘boas experiências’ ele seria uma pessoa melhor no presente e, quiçá, no futuro. Em outras palavras, a arte tinha um fim, um objetivo, um alvo específico e esse alvo não era somente o entretenimento. Quer fosse reproduzindo o inferno a partir das visões de Dante, quer da Vênus de Millus. Em 1980 (de forma mais organizada e contundente) iniciou-se uma época que será chamada de pluralista, acompanhando Natasha Degen. Este movimento que surge tem como característica principal o fato de não haver, como anteriormente, o predomínio de escolas ou movimentos artísticos. Minimalismo, barroco, expressionismo, realismo, e todos os ismos possíveis. Agora, são tão somente nomes que identificam certas tendências entre outras que exigem de modo igualmente válido e legitimo direito à existência. O que aconteceu foi quede repente, era como se não houvessem mais critérios ou modelos. Essa característica identificada por Degene que surge na década de 80 pode ser melhor compreendida se recuarmos a Danto e a sua tese com respeito a idéia do fim da arte. A tese de Danto diz respeito a história da arte ligada as narrativas da mimese e do modernismo, que se inicia no Quattrocento, estende-se até a década de sessenta e colapsa com o episódio artístico da Brillo Box de Warhol, coincidindo com o fim de um percurso histórico da arte com a compreensão filosófica do conceito (seguindo Virgínia Aita).  O que Danto sustenta é que há uma natureza filosófica na arte. “... meu pensamento é que o fim da arte consiste no surgimento na consciência da verdadeira natureza filosófica da arte”. Essa natureza diz respeito à função questionadora e crítica que são inerentes à filosofia e a identificam. Obviamente que a identificação desses aspectos comuns entre filosofia e arte não devem levar a redução de uma a outra, o que seria absurdo. Contudo, aceitando-se a posição de Danto pode-se dizer com certo grau de certeza que a arte e filosofia tem muitas coisas em comum. O que se pretende, aqui, é apresentar o que natureza e/ou semelhanças seriam essas sem, é claro, reduzirmos uma a outra. 

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Publicado

23-10-2018

Edição

Seção

Campus Laranjeiras do Sul - Projetos de Extensão e Cultura