A HERMENÊUTICA DO SI E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PESSOAL EM PAUL RICOEUR
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo apresentar a identidade narrativa em Paul Ricoeur na obra O si-mesmo como outro, em que ele descreve a hermenêutica do si a partir da dialética entre mesmidade e ipseidade. A identidade pessoal é formada a partir da narrativa, quando o personagem narra suas experiências e histórias de vida. A obra O si-mesmo como outro traz várias questões quanto ao sujeito e a formação da identidade. A pergunta quem? nos leva a questionar sobre o sujeito como agente relacionado com suas ações a partir da narrativa. Quem fala? relaciona-se a linguagem, necessária para que a narrativa ocorra. Quem atua? diz respeito à ação praticada pelo autor da história, o personagem responsável por determinada ação. Quem se narra? remete a questão da identidade narrativa abordada pela hermenêutica do si. Quem é o sujeito moral da imputação? refere-se às normas morais e éticas abordadas acerca da ação do agente. A identidade do sujeito se forma pelo constante jogo entre mudanças e permanência que designa a sua história de vida. Então, a identidade narrativa é construída baseada na dialética entre mesmidade e ipseidade. Desta forma, Ricoeur descreve dois modelos de permanência no tempo: através do caráter e da palavra cumprida. Caráter são disposições cristalizadas ao longo do tempo que compõe a personalidade de uma pessoa. São disposições duradouras temporárias, e envolvem a questão de hábito. Já a palavra cumprida é um ato de responsabilidade do agente que conduz a vida ética. É algo que permanece no tempo, pois mesmo que o sujeito mude de ideia, de opiniões ou de objetivos, uma vez feita a promessa, a mesma deverá ser cumprida independente das mudanças pertencentes a identidade do sujeito.
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