TOLERÂNCIA DE ESPÉCIES VEGETAIS DE VERÃO AO DICLOSULAM
Resumo
Algumas espécies de plantas apresentam características de tolerar herbicidas, ou seja, são capazes de sobreviver e se reproduzir após o tratamento, mesmo sofrendo injúrias. Este processo está relacionado com a variabilidade genética da espécie e também as características do herbicida tais como: dose, frequência de uso e ao residual desse no solo. O herbicida diclosulam é utilizado na cultura da soja, objetivando controlar as espécies dicotiledôneas, sendo aplicado em pré-emergência. A hipótese do trabalho é que existem espécies vegetais cultivadas no verão que apresentam potencial de fitorremediar solos contaminados com o herbicida diclosulam. Objetivou-se com o trabalho avaliar a tolerância de espécies vegetais de verão após a aplicação de diclosulam em pré-emergência. O trabalho foi conduzido em casa de vegetação na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim. As espécies utilizadas foram: mucuna-preta, crotalária, feijão-de-porco, feijão-guandu, braquiária, milheto, capim-sudão e um tratamento sem cultivo. As espécies foram selecionadas por apresentarem importância agrícola para o Estado do Rio Grande do Sul, onde são utilizadas como pastagens, cobertura do solo ou para a produção de grãos. A densidade final foi de 10 plantas vaso-1 de cada cultura semeada. Foram aplicadas as doses de 0,0; 24; 48 e 96 g ha-1 de diclosulam em pré-emergência das espécies. Aos 30 dias após a emergência realizou-se a aferição da área foliar utilizando um integrador eletrônico portátil, modelo CI-203, marca CID Bio-Science. Os resultados demonstraram efeito significativo das doses de diclosulam sobre a variável testada para todas as espécies. A mucuna-preta, o feijão-de-porco e o feijão-guandu apresentaram as menores perdas de área foliar: 25, 48 e 50% respectivamente, ao comparar a testemunha com a dose máxima. Desse modo essas espécies mostram-se eficientes na tolerância ao herbicida diclosulam. As espécies crotalária, braquiária, milheto e capim-sudão apresentaram alta sensibilidade ao diclosulam ocasionando morte das plantas já na metade da dose aplicada, o que não demonstra a capacidade delas em fitorremediar o produto.
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