TRABALHO E EDUCAÇÃO: DESAFIOS PARA A JUVENTUDE RURAL
Resumo
O curto Século XXI segue revelando a natureza da crise geral do sistema, como crise de superprodução relativa do modo capitalista de produção na sua fase imperialista, em decomposição. Guerras se alastram na Região do Oriente Médio, no Afeganistão e em vários países como continuidade e expansão da crise que abala as estruturas dos países imperialistas. O movimento denominado Occupy (ocupe), iniciado em 17 de setembro de 2011 em Nova York, como OWS (Occupy Wall Street) mobilizou amplas massas em protestos contra a desigualdade econômica e social do sistema. A juventude assumiu a vanguarda dessas massas, cujas mobilizações atingiram todos os grandes centros financeiros do imperialismo mundo afora. No Brasil essa crise se exprime como crise de capitalismo burocrático, atrasado, gerado a partir da dominação imperialista, mantendo o país como semicolônia. Confrontando com a euforia dos governantes o ano de 2013 foi marcado por mobilizações que levaram milhões de jovens às, protestando contra a violência policial do velho estado, o desemprego, a alta dos transportes coletivos e a remoção de comunidades pobres das cidades para a “limpeza” das sedes da Copa do Mundo de futebol. A juventude se levantou sob as consignas de “não vai ter copa”, “queremos hospital padrão FIFA” e “queremos escolas padrão FIFA”, em alusão às grandes obras das empreiteiras que construíam as arenas de luxos para os jogos com financiamento público, em detrimento da educação e da saúde publicas. Diante da situação o Estado ditou lei que supostamente daria respostas às demandas da juventude. Em 05 de agosto de 2013 o governo publicou a Lei 12.852, instituindo o chamado “Estatuto da Juventude”, dispondo “sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude”. Em 03 de maio de 2016, foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto 8.736, estabelecendo regras para o “Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural”. Nos países de capitalismo burocrático como o Brasil esta crise desenvolve-se sob uma situação de semicolonialidade na relação externa, diante da dominação imperialista e de semifeudalidade, no plano interno, tendo na classe dos latifundiários a expressão de atraso de uma economia primária sustentada pela exportação de produtos da terra, minerais e agrícolas, comercializados sob a forma de commodities, trazendo graves consequências para a vida do campesinato, ocasionando sua expulsão da terra e o esvaziamento demográfico do campo, sobretudo da juventude rural que migra para as periferias das grandes cidades, além da concentração das terras agrícolas em mãos dos latifundiários de novo tipo sob a denominação de agronegócio e de empresas transnacionais. A partir dessa compreensão, desenvolve-se a proposta do Grupo de Pesquisa: Questão Agrária e Juventude Rural: Trabalho, Educação e Cultura Camponesa – JURATEC, em desenvolvimento.
Palavras-chave: Luta pela terra. Luta pelo trabalho. Luta pela educação.
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