DE CHAPECÓ A LAGES

APONTAMENTOS DA FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL DAS MESORREGIÕES OESTE E SERRANA DE SANTA CATARINA

Autores

  • João Henrique Zöehler Lemos Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Eliezer Bosa
  • Evandro Rodrigo Perin Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Marlon Brandt Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

As cidades de Chapecó e Lages, localizadas nas mesorregiões Oeste Catarinense e Serrana, respectivamente, apresentam diferentes características em suas formações socioespaciais, as quais se cristalizam materialmente ao longo do percurso realizado nesta saída a campo. Partindo da área mais a oeste, percebem-se elementos integrados às políticas de colonização que, partindo do segundo quartel do século XX, promoveram uma alteração substancial na estruturação fundiária das áreas rurais e urbanas. Mais a leste, em Lages e em áreas circundantes, a estruturação fundiária e consequente prática de apropriação da terra, se dá através de grandes propriedades, formadas a partir do século XVIII com o transito de tropas que levavam gado e muares até o estado de São Paulo. Neste polígono, formado entre as cidades de Chapecó e Lages, conformam-se paisagens que se relacionam a funções agrícolas e de extração vegetal, principalmente, as quais a gênese remonta a ações de períodos anteriores. A exploração da indústria madeireira também teve uma importância singular para a constituição destes espaços, mas, de modo especial em Lages e região, tendo seu auge entre as décadas de 1940 e 1960. Esta atividade econômica impacta, consideravelmente até o presente, as dinâmicas das cidades do planalto catarinense, tendo uma estrita especialização produtiva, ocasionando em uma ampla área uma perigosa dependência da indústria extrativista de celulose e outros derivados vegetais. Outro aspecto é o da configuração do espaço viário destas áreas, o qual se constitui de importantes eixos rodoviários do estado catarinense, funções desempenhadas pelas rodovias BR-282, BR-470 e BR-116. O espaço viário do planalto catarinense também se mostra como um importante elemento de análise, tendo no modal rodoviário uma primazia frente aos deslocamentos por via férrea, especialmente pela data da implantação da BR-116, ocorrida a partir da década de 1940. A ferrovia também está presente em Lages, mas apresenta especificidades se comparada a via rodoviária: sua implantação foi tardia – década de 1960 – e não teve um impacto tão significativo nas dinâmicas econômicas do planalto catarinense. Diferentemente, no oeste do estado, a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande – com sua operação iniciada em 1910 - teve uma relevante importância, implicando na ocupação das áreas de terra ao longo do vale do rio do Peixe. Desta maneira, além da forma de apropriação dos espaços do oeste e planalto serrano, a própria configuração do espaço viário impacta nos modos com que estas áreas são utilizadas hoje. É através da análise da configuração territorial que obtemos, portanto, uma interpretação de aspectos da formação socioespacial das mesorregiões Oeste e Serrana do estado de Santa Catarina.

Biografia do Autor

  • João Henrique Zöehler Lemos, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Graduando em Geografia (licenciatura), Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

  • Eliezer Bosa

    Graduando em Geografia (licenciatura), Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

  • Evandro Rodrigo Perin, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Graduando em Geografia (licenciatura), Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

  • Marlon Brandt, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professor do curso de Geografia (licenciatura), Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó.

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Publicado

26-10-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino