ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
UMA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO
Resumo
A expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no Brasil, possibilitou um campo de atuação importante para os enfermeiros, proporcionando maior autonomia profissional e visibilidade ao seu trabalho, já que atualmente representa o maior espaço de exercício profissional do enfermeiro no Sistema Único de Saúde (SUS). A ESF institui atribuições essenciais ao enfermeiro de saúde da família, como a atenção à saúde aos indivíduos e famílias em todos os ciclos de vida; a consulta de enfermagem, a realização de procedimentos privativos, a execução de diretrizes clínicas e terapêuticas; acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco; e estratificação de risco e elaboração de plano de cuidados, junto aos demais membros da equipe. O amplo rol de atividades clínicas, educativas, investigativas e gerenciais, executadas pelo enfermeiro faz com que o fortalecimento de sua atuação impacte positivamente em mudanças organizacionais, de ampliação do acesso e efetividade da ESF. Desta forma, estudar a prática do enfermeiro no âmbito da ESF permite compreender os impactos de suas atribuições para a saúde das coletividades. Este trabalho apresenta resultados parciais do projeto de pesquisa “Gestão da Qualidade na Atenção Primária à Saúde: uma avaliação da Estrutura, Processo e Resultado” aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) no parecer nº 2.492.799 e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) através do edital nº 490/UFFS/2018. Trata-se de um estudo avaliativo, quantitativo e descritivo. Participaram da pesquisa quarenta e oito enfermeiros dos vinte e seis Centros de Saúde da Família (CSF) do município de Chapecó. A coleta de dados se deu de fevereiro a agosto de 2018 por meio de formulário fechado compreendendo questões sobre o processo de trabalho do enfermeiro no CSF, contendo as alternativas de resposta: “Bom”, “Regular” e “Ruim”. Como resultado 92% dos enfermeiros avaliam o vínculo e a integralidade no atendimento aos usuários como bom, e 8% consideram regular, demonstrando uma avaliação positiva sobre a formação do vínculo profissional-usuário. Outro aspecto relevante para o processo de trabalho do enfermeiro da ESF diz respeito a realização do rastreamento dos pacientes de risco do território, no qual 90% dos enfermeiros avaliaram como bom, e 10% classificaram como regular. Dos enfermeiros participantes da pesquisa 95,5% afirmaram realizar plano de cuidados individual e multidisciplinar, e 4,5% reconhecem não realizar essa ferramenta de cuidado. Por fim, no que tange a autoavaliação da realização de procedimentos privativos do enfermeiro como a realização de consultas, procedimentos e protocolos estabelecidos pela rede municipal de saúde, 95% dos participantes consideram a apreciação como boa, e 5% avaliam como regular, demonstrando alto nível de satisfação com a autonomia no processo de trabalho na ESF. Sendo assim, foi perceptível a avaliação satisfatória do processo de trabalho do enfermeiro nos CSF do município de Chapecó, visto que houve prevalência de avaliações boas e ausência de atribuições ruins. Não obstante evidenciou-se a importância de estudos de avaliação e monitoramento para estimular a melhoria dos processos assistenciais e qualificação do cuidado na ESF.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.