ASPECTOS DO BILINGUISMO ITALIANO-PORTUGUÊS E ALEMÃO-PORTUGUÊS NO EXTREMO OESTE CATARINENSE

Autores

  • Ana Elizabeht Fornara Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Cristiane Horst

Resumo

A região oeste de Santa Catarina é diversa em sua constituição étnica e, consequentemente, linguística. Formamos uma região multilíngue, na qual coexistem lado a lado com o português diversas outras línguas, em especial indígenas e de imigração. Mesmo com domínios de uso mais restritos, essas línguas consideradas minoritárias no Oeste Catarinense, e aqui enfatizamos as de imigração, continuam sendo utilizadas em diversos contextos.  Partindo desse cenário linguístico, esse estudo tem por objetivo central levantar dados sobre o bilinguismo de falantes em situações de contato linguístico no extremo oeste de Santa Catarina, região fronteiriça com Argentina. A pesquisa estará centrada no contato alemão-português presente nos municípios de Itapiranga-SC e Tunapólis-SC e no contato italiano-português presente nos municípios de Anchieta-SC e Santa Helena-SC. Descreveremos o bilinguismo a fim de salientar dois aspectos desse fenômeno nos falantes, que são: os graus de competência nas quatro habilidades linguísticas e as funções nas quais essas línguas são utilizadas. Queremos, portanto, ter uma perspectiva do quão os falantes dominam essas línguas de imigração, se compreendem e falam, ou se também lêem e escrevem, ou se apenas compreendem e preferem não falar; e em quais momentos, contextos e situações as utilizam e com quais pessoas. Essa pesquisa segue os pressupostos teórico-metodológicos da dialetologia pluridimensional e relacional e se dará a partir de coleta de dados. As dimensões de análise a serem investigadas são: dimensão dialingual, dimensão diatópica, dimensão diastrática, dimensão diagenérica, dimensão diassexual e dimensão diafásica. Serão entrevistados 8 informantes em cada ponto de coleta, o que dá um total de 32 informantes. Para realizar as entrevistas, utilizaremos um questionário base elaborado a partir do projeto Atlas das Línguas em Contato na Fronteira. Alguns resultados prévios indicam que: (i) os informantes têm desenvolvidas, em especial, as habilidades de fala e compreensão nas línguas de imigração, sendo que alguns poucos informantes conseguem ler e/ou escrever nessas variedades e (ii) costumam utilizar as línguas de imigração predominantemente no lar, restringindo os domínios de uso dessas variedades e fazendo com que seja o português a língua amplamente utilizada em outros âmbitos sociais.

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Publicado

30-10-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa