VIVÊNCIAS DE MEDICINA TRADICIONAL CHINESA NA SECRETARIA DE SAÚDE DE CHAPECÓ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

O curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul possibilitou, em virtude do componente de Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares, o contato com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC). A MTC é a nomenclatura dada ao conjunto de práticas de cuidados de saúde milenares na China. No Brasil, a MTC ganhou força em sua admissão na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2006. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incentiva, desde meados de 1970, a implementação de políticas públicas que contemplem o uso racional e integrado da MTC nos sistemas de atenção à saúde dos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Alguns recursos terapêuticos são, por exemplo, Fitoterapia Chinesa, Tuina ou Tui Ná, Dietoterapia, Moxabustão, Ventosaterapia, Práticas Corporais, Auriculoterapia e a difundida Acupuntura. O Tai Chi Chuan e outras artes marciais estão também contempladas na MTC, são chamadas meditação em movimento, onde a respiração tem foco fundamental, além de possibilitar circulação de energia. Os acadêmicos tiveram a oportunidade de vivenciar práticas em ventosaterapia, cranioterapia, auriculoterapia e Tai Chi Chuan. As atividades do componente se deram de várias maneiras, sempre prezando pela busca ativa do conhecimento. Foram realizadas aulas expositivas, rodas de conversa conduzidas pelos alunos sob a orientação dos professores e, também, atividades práticas que proporcionaram maior imersão no contexto da MTC. De uma maneira geral, as práticas trouxeram uma visão mais ampliada acerca da Medicina e, consequentemente, a redução de certos estigmas, com base em um olhar voltado para além das práticas médicas ocidentais, já tão enraizadas e concebidas, muitas vezes, como as únicas adequadas e autênticas. Sendo assim, como já existe uma política que envolve as práticas integrativas e complementares e iremos atuar com pacientes das mais diversas culturas, é de suma importância que o futuro profissional médico tenha conhecimento sobre o conceito das práticas, bem como a forma que elas são exercidas para que possa lançar mão dessas. Nessa conjuntura, tais assuntos são bastante escassos na grade curricular da graduação, de modo que o componente optativo foi de grande valia para proporcionar mais informação e, ao mesmo tempo, com base na dinâmica proposta da disciplina, instigar a busca e a construção ativa de maior conhecimento sobre o tema.