RACIONALIDADES MÉDICAS E FITOTERAPIA COMO PRÁTICA COMPLEMENTAR NA FORMAÇÃO EM MEDICINA DA UFFS CAMPUS CHAPECÓ
Resumo
Racionalidades médicas são sistemas médicos complexos que podem ser compreendidos em seis eixos: morfologia, dinâmica vital, doutrina médica, sistema de diagnose, sistema de intervenção terapêutica e cosmologia. Biomedicina, Homeopatia, Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda (Medicina Indiana) e Medicina Antroposófica são exemplos de racionalidades médicas. Tais conceitos foram trabalhados no componente curricular Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). Este se tornou importante aporte para a futura prática clínica dos estudantes, ao apresentar possibilidades de terapias diferentes do paradigma biomédico, que é a racionalidade base do curso de Medicina da Universidade Federal Fronteira Sul. O componente ofereceu uma aula estruturada sobre as bases da Fitoterapia, a qual foi dividida em três momentos. Inicialmente foi apresentada palestra expositiva, que trouxe informações sobre plantas medicinais. Posteriormente, foi aplicada técnica de massoterapia com as mãos do aplicador untadas com óleos fitoterápicos, a qual promoveu efeitos calmantes e sensação de bem-estar. Por último, foi realizada atividade prática de formulação de uma tintura utilizando ervas desidratadas. Percebeu-se, desse modo, que as várias plantas possuem recursos terapêuticos, os quais podem ser utilizados por todas as racionalidades médicas estudadas acima citadas. Contudo, cada racionalidade preconiza a transformação da planta em remédio e prescreve seu uso de maneira específica. A Fitoterapia, portanto, é o estudo de plantas com efeitos medicinais e reconhece que todas as partes das plantas são terapêuticas. Na prática biomédica a Fitoterapia é utilizada como recurso complementar, que amplia o repertório terapêutico do profissional na busca pelo restabelecimento do bemestar do paciente. Na Medicina Tradicional Chinesa a Fitoterapia também é utilizada, muitas vezes como recurso terapêutico principal. As preparações fitofarmacológicas são diversificadas: banhos, emplastos, compressas, decocação, inalação, infusão, maceração, óleos, pós, sucos, tinturas, pomadas e xaropes. Dessa maneira, a forma de administração pode ser oral, tópica ou inalatória. No Brasil, a portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, institui a fitoterapia como recurso terapêutico complementar no Sistema Único de Saúde. Há uma farmacovigilância pautada nas normativas do Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas, com a emissão de boletins informativos sobre as plantas em uso e suas particularidades. A evolução desta área, baseada em estudos pré-clínicos e clínicos, colabora para atestar sua segurança e efetividade dentro da saúde pública, melhorando a formulação diagnóstica e caminhando para a capacitação profissional adequada bem como para a disponibilização dos produtos fitoterápicos à população a fim de melhorar de modo global a saúde dos usuários do SUS. A Fitoterapia como prática integrativa complementar na Biomedicina promove mais acesso à saúde e desenvolvimento social, enfatiza a participação comunitária e valoriza saberes populares e culturas locais.
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