COMO FOMENTAR PROCESSOS FORMATIVOS PERMANENTES DE DOCENTES? INQUIETAÇÕES REFLEXIVAS DE ESPECIALIZANDOS(AS) EM PRECEPTORIA PARA RESIDÊNCIAS NO SUS EM CHAPECÓ-SC
Palavras-chave:
Palavras-chave, Integração Docente-assistencial. Aprendizagem ativa. Formação profissional em saúde. Sistema Único de Saúde. Preceptoria.Resumo
Resumo: A Formação Docente tem se constituído em um dos maiores desafios da gestão universitária e acadêmica no contexto do ensino superior brasileiro, considerando diferentes elementos, como sobrecarga de trabalho da carreira de magistério superior, incipiência na oferta de oportunidades formativas dentro e fora das instituições de ensino para esse público, além da cristalização da universidade como única/principal produtora de ciência e de seus integrantes altamente titulados como receptáculos já completos com conhecimentos autossuficientes. Pequenas rupturas nesses paradigmas formativos dos(as) docentes vem sendo instigados por dispositivos apoiados (parcial ou integralmente) pelo Ministério da Saúde, como o . Esse trabalho tem como objetivo relatar uma experiência de docentes ao se envolverem em um processo formativo multiprofissional com foco na formação e qualificação de preceptores(as) para o Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um relato de experiência a partir da ótica de três docentes, dois/duas vinculados(as) à Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó, envolvidos(as) com os cursos de Medicina, Enfermagem e Pedagogia; e uma docente vinculada à Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), ao Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Ciências da Saúde, sendo as duas instituições de ensino superior localizadas em Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Todos(as) cursam a Especialização em Preceptoria Médica e para o SUS ofertada pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa, mediada por docente da região, da qual participam docentes das três maiores instituições de ensino loco-regionais, profissionais dos serviços de saúde de Chapecó (tanto das unidades básicas de saúde, quanto do maior hospital público da região), e integrantes da gestão municipal e estadual. O curso possui duração aproximada de um ano, e é baseado integralmente em estratégias didático-pedagógicas problematizadoras. Como resultados parciais, tem-se que a composição multiprofissional e plural em relação ao lugar de onde se fala, com representantes do ensino, serviço e gestão, mostra-se frutífera e diferencial em relação à diversos outros espaços similares. E para além da composição em si, a qual não garante por si só o diálogo entre disciplinas/conhecimentos historicamente impermeáveis, esse curso tem proporcionado encontros entre os(as) envolvidos(as) enquanto processualmente implicados(as) com o coletivo, para além de um espaço formal de titulação de (futuros/as) especialistas. A construção do pertencimento solidário acontece alinhavada com a potência das metodologias ativas nos processos de ensinar e aprender, as quais geraram inicialmente estranhamentos, necessários à aproximação paradigmática com os fundamentos teórico-epistemológicos onde as metodologias ativas se ancoram. Para os(as) docentes em formação, os encontros presenciais têm-se constituído em oportunidades dialógicas de alinhamento e (re)oxigenação de suas práticas pedagógicas com as demandas apresentadas pelos profissionais de saúde diariamente vinculados(as) ao SUS e seus/suas usuários(as). Considera-se a experiência como problematizadora e instrumentalizadora à prática docente, e recomenda-se que espaços como esse sejam sustentados para interlocução permanente entre ensino, serviço e gestão, para que, via preceptoria (ou não), o SUS e seus/suas usuários(as) sejam beneficiados(as) direta e indiretamente com uma formação (docente e profissional) em saúde coerente aos ideais que constituíram esse sistema desde o movimento da reforma sanitária.
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