ROLÊS E PERFORMANCES DE GÊNEROS ENTRE JOVENS: UMA ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA E ETNOGRÁFICA DE FESTAS ANIMADAS POR UM DJ EM CHAPECÓ – SC

Autores

  • LAÍS GRIEBELER HENDGES UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Palavras-chave:

Relações de Poder. Identidades. Práticas Culturais Juvenis

Resumo

O objetivo deste trabalho é investigar performances de gêneros representadas nos rolês animados por um DJ em Chapecó. Rolê é uma categoria nativa, que, nesta pesquisa, procurei compreender e, além disso, fundamentando-me nos conceitos de Judith Butler (2003), intentei (re)conhecer linguagens expressas corporalmente e suas (pres)suposições visuais nos rolês, que estão atreladas às relações de poder e a como se identificam e como são identificados os sujeitos no seu cotidiano. A história de Chapecó é marcada por constantes conflitos étnicos, culturais, sociais e políticos, sua urbanização principiou em meados do século XX, através de investimentos públicos e privados para promover migrações, principalmente, de descendentes de alemães e italianas/os, para trabalhar, morar e pertencer a esse lugar. Gerando, com isso, a colonização de terras de ameríndias/os e caboclas/os e, além disso, a imposição de modos de vida diferentes. A hipótese é de que essas condições refletem, no século XXI nesta cidade, que, pela sua localização geográfica, é conhecida como a capital do oeste catarinense e é local de intensos fluxos migratórios, concentração de renda, (in)fluxos culturais, etc. As/os jovens que fazem os rolês em Chapecó são pessoas que nasceram na cidade ou vieram de outras cidades, outros estados, outros países, para morar, estudar, trabalhar, passear, visitar amigas/os e/ou familiares, ou, simplesmente, ir ao rolê. As práticas dos rolês em Chapecó adquirem sentido e significado para as/os jovens pelas poucas opções gratuitas de lazer, principalmente, em espaços públicos da cidade, além disso, pelo histórico de repressões de instituições que permeiam essa etapa da vida – como a família, Polícia Militar, escola – e pelas expressões culturais esboçadas através das músicas que são mais ouvidas (Funk, elotrofunk e sertanejo universitário remixado), das danças (que frequentemente as meninas dançam e os meninos observam seus movimentos), das roupas, dos carros (geralmente, com modificações na estrutura), enfim, dos estilos de vida das/os jovens. Para tanto, as informações contidas neste trabalho foram produzidas, por meio do método etnográfico, a partir de observações em rolês e em festas organizadas por um DJ da cidade, com a escrita de diário de campo, entrevistas semiestruturadas, fotografias e vídeos. Neste sentido, os resultados desse estudo possibilitaram conhecer práticas das/os jovens contemporâneas/os em Chapecó(SC), que, por sua vez, como impacto teórico, social e institucional, favorecem reflexões críticas à cerca das suas vivências, nas condições variáveis (gênero, etnia, classe) a que estão dispostas/os.

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Publicado

14-02-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa