PERFIL DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - CAMPUS CHAPECÓ/SC
Palavras-chave:
Medicina. Perfil acadêmico. Lei de Cotas. Programa Mais Médicos.Resumo
O acesso à saúde no Brasil deve ser garantido por meio de políticas públicas instituídas e mantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, a distribuição de recursos humanos e materiais se dá de maneira desigual ao longo do território brasileiro. A proporção de médicos por habitantes, por exemplo, além de baixa quando comparada a outros países do mundo, é muito heterogênea entre as diferentes regiões do Brasil, comprometendo o acesso de milhões de pessoas à saúde. Por várias décadas, o curso de medicina foi considerado o de maior concorrência e o de mais difícil ingresso nos vestibulares do Brasil, sobretudo nas instituições públicas de ensino. Isso porque existiam poucas escolas médicas no país, estando restritas aos grandes centros, bem como o valor da mensalidade das escolas privadas sempre foram extremamente altos, o que justifica a maciça busca dos estudantes pelas faculdades públicas. Em 2013, com a criação do Programa Mais Médicos (PMM), iniciou-se uma expansão do número de vagas oferecidas para o curso de graduação em medicina, tanto por instituições públicas quanto privadas, priorizando a interiorização e a democratização do ensino médico. Ainda assim, observa-se um perfil socioeconômico de estudante semelhante em diversas instituições, o qual compreende majoritariamente indivíduos de classe média alta, brancos, provenientes de escola particular e com pais que possuem ensino de nível superior. Com o objetivo de ampliar o acesso ao ensino superior, em 2012, foi sancionada a Lei de Cotas, a qual compõe ações afirmativas que garantem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes de escolas públicas, negros, pardos e indígenas, e com renda mensal inferior a 1,5 salário mínimo. A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) foi criada em 2010, decorrente de movimentos sociais da comunidade local, sendo caracterizada como pública e popular, pois reserva mais de 85% de suas vagas para o ingresso a partir das ações afirmativas. A UFFS, a partir da expansão e interiorização promovida pelo PMM, oferece o curso de medicina em dois campi: Passo Fundo/RS, desde 2013; e Chapecó/SC, desde 2015. Diante desse contexto, foi proposto um projeto de pesquisa por docentes e discentes do curso de medicina da UFFS, campus Chapecó, para se caracterizar o perfil dos acadêmicos das três turmas do referido curso e universidade. Trata-se de estudo quantitativo, transversal, a ser realizado por meio de questionário estruturado com perguntas acerca do perfil socioeconômico dos estudantes, bem como a respeito do seu ingresso na graduação, motivação para escolha do curso, fluxo migratório, formação anterior, etc. A amostra será definida em função do aceite dos sujeitos em contribuir com o estudo, desejando-se alcançar o total de estudantes matriculados (n=120). Com os resultados deste estudo, espera-se fomentar a discussão sobre a democratização do ensino médico, bem como revelar as perspectivas de redução de desigualdades na distribuição dos profissionais em território nacional, contribuindo para aprimorar as políticas públicas relacionadas à essas problemáticas.Downloads
Publicado
14-02-2018
Edição
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.