RELATO DE EXPERIÊNCIA: ABORDANDO A SEXUALIDADE COM OS PARTICIPANTES DO GRUPO HIPERDIA

Resumo

O avanço das tecnologias de serviços de diagnósticos aliado as pesquisas da indústria farmacêutica, tem possibilitado a população idosa viver mais e com melhor qualidade de vida. No entanto alguns fatores são inerentes a todo esse processo de envelhecimento e tornam-se fatores limitantes do desempenho sexual. Diante disso, o objetivo do trabalho é relatar a experiência de ter abordado o tema da sexualidade na terceira idade, no grupo HIPERDIA, de hipertensos e diabéticos da ESF Santa Rita em Marau, campo de atuação da Residência Multiprofissional. Os encontros do grupo ocorrem quinzenalmente pela manhã e participam além dos usuários a equipe multiprofissional, composta por Enfermeira, Médica, Farmacêutica e Agente Comunitário de Saúde, sendo em cada encontro abordado um assunto. Neste dia, inicialmente foi apresentado o tema, e feitos alguns esclarecimentos apesar das poucas falas por parte dos participantes. Tanto nos portadores de hipertensão quanto nos diabéticos, há uma diminuição da circulação para as artérias que irrigam os órgãos genitais provocando além de outras complicações, a disfunção sexual. Vale destacar que a disfunção sexual tanto masculina como feminina tem um grande impacto na qualidade de vida e nas relações interpessoais, com efeitos sociais e emocionais negativos, o que muitas vezes pode tornar-se um fator impeditivo e de certa forma frustrante aos atores deste processo. Apesar do tema sexualidade estar sendo vinculado e tratado de uma forma normal pelos meios de comunicações entre as pessoas com idade mais avançada, ainda continua sendo muito difícil de ser discutido. Isso ficou evidente no encontro do grupo HIPERDIA, pois falar sobre sexualidade ainda continua sendo um tabu entre as pessoas idosas, visto que poucos se manifestaram sobre o tema. Sabe-se que essas questões estão fortemente ligadas ao modo de criação e conservadorismo em que a geração participante do grupo viveu. Um dos participantes relatou não ter problemas relacionados a doença influenciado na sua prática sexual. Por  outro lado, mulheres que já não mais possuem parceiros, relataram que tratam do tema somente quando o grupo é composto por mulheres. Com isso, fica evidente que há muito que se avançar neste processo para que este tema venha ser discutido visando a melhor qualidade de vida dos pacientes e seus parceiros, e mostra a importância de uma equipe multiprofissional de saúde que atenda às necessidades deste público.

Palavras chaves: Sexualidade; Hipertensão; Diabetes; Idosos; Residência Multiprofissional