DESIGN ORGANIZACIONAL EM COOPERATIVAS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE TRANSPORTADORES

Autores

  • Bruno Moreira-Guedes Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Enise Barth-Teixeira Universidade Federal da Fronteira Sul

Palavras-chave:

Gestão de Cooperativas. Modelo de Gestão. Teoria da Contingência. Estrutura Organizacional.

Resumo

A Teoria da Contingência define que uma organização não opta por um modelo organizacional “ótimo”, mas sim satisfatório, resultante da harmonização de fatores externos com parâmetros internos. Estas contingências consistem de uma posição, dentro de um continuum onde diversas outras são possíveis . Contingências como a da incerteza, da estratégia, do tamanho, da mudança, da tecnologia, entre outras, possuem impacto em todas as decisões organizacionais, especialmente a da estrutura organizacional. Com a globalização e o acirramento da competição – por vezes desenfreada, as organizações cada vez mais precisam responder rapidamente às constantes mudanças do ambiente externo com que se defrontam. Sendo a estrutura organizacional altamente influenciada pelas contingências do ambiente, muito frequentemente a resposta da organização pode residir em mudanças estruturais e de design, que no mundo atual se tornam, portanto, um importante tema de estudo. Diante disso, foi realizada uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória e delineamento de estudo de caso com o objetivo de compreender de que forma a cooperativa percebe a sua estrutura organizacional e a harmoniza com as contingências internas e externas. Para isso, foi construído um referencial teórico abordando as organizações cooperativas, seu modelo de gestão, a Teoria da Contingência, a Estrutura Organizacional e seus parâmetros de design, a Perspectiva da Configuração, e os setores de Transporte de Cargas e de Combustíveis. Os dados primários foram obtidos por meio de entrevistas com o gestor da cooperativa, aplicação de questionário com uma amostra não probabilística de 5 colaboradores, técnica projetiva realizada com os participantes de ambos os instrumentos, bem como observação direta, participante, simples e não estruturada. Também foram analisados documentos internos como o Estatuto da organização. Neste sentido, foram descritos o modelo de gestão da organização e sua estrutura organizacional, identificadas as contingências intervenientes, e analisadas as interações entre elas. Os objetivos foram alcançados, permitindo compreender a cooperativa como predominantemente orgânica, muito similar a uma Estrutura Simples, conferindo-lhe agilidade nas mudanças e respostas ao seu ambiente. Esta forma organizacional foi entendida como perfeitamente adequada às suas principais contingências, que são um ambiente de baixa complexidade porém alta dinamicidade, levando a entender que esta estrutura é adequada à situação. Outra percepção importante foi a de que mesmo contestada por parte da literatura, a perspectiva da configuração da Teoria da Contingência ainda consiste em uma excelente ferramenta de análise organizacional. Dentre as limitações deste trabalho se encontram o risco da compreensão dos dados não ter sido devidamente aprofundada devido à dificuldade de acesso e à disponibilidade dos sujeitos da pesquisa. A principal proposição feita à organização foi a de repensar o tempo de exercício dos mandatos da sua diretoria executiva para mitigar os riscos percebidos da relação da estrutura com o caráter cooperativo da organização.

Biografia do Autor

  • Bruno Moreira-Guedes, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Acadêmico de Administração pela Universidade Federal da Fronteira, com 11 anos de experiência no setor de TIC e 6 anos de atuação na área de gestão. Desenvolvendo pesquisas atualmente nas áreas de finanças e tomada de decisão.
  • Enise Barth-Teixeira, Universidade Federal da Fronteira Sul
    Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2005), Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (1991), Especialista em Teorias e Estratégias de Metodologia do Ensino Superior nas Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS - UNIJUÍ (1987), Bacharel em Administração pela UNIJUÍ (1986) e Tecnóloga em Cooperativismo pela UNIJUÍ (1984). Professora adjunto na Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, campus Chapecó/SC no Curso de Administração e no Mestrado em Desenvolvimento e Políticas Públicas (campus Cerro Largo/RS). Avaliadora ad hoc do SINAES/INEP/MEC, de periódicos e eventos científicos. Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração - GEPAD/UFFS e Grupo de Estudos e Pesquisas em Organizações, Gestão e Aprendizagem - GEPOG/UNIJUÍ. Membro e coordenadora do Núcleo de Estudos em Cooperação - NECOOP. As áreas de interesse em pesquisa são: ensino e pesquisa em Administração, cooperativismo e economia solidária, micro e pequena empresa familiar, educação, aprendizagem e comportamento organizacional.

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Publicado

09-04-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino