ALTERAÇÕES DOS INDICADORES BIOQUÍMICOS DE AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO E LESÃO HEPÁTICA DE CÃES - ESTUDO RETROSPECTIVO

Autores

  • Denilson Rosalez Soares Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Bianca de Fátima Dallo Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza
  • Joel Rodrigo Lovatel Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza
  • Luciana Pereira Machado Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza

Palavras-chave:

Hepatopatia. Colestase. Medicina Veterinária. Canino.

Resumo

Os perfis bioquímicos séricos são utilizados em veterinária para avaliação clínica dos animais, oferecendo subsídios na interpretação do funcionamento hepático, mas também para avaliar e monitorar a condição nutricional e metabólica. Os exames de escolha para avaliação hepática de cães são Alanina aminotransferase (ALT), considerada uma enzima indicadora de lesão hepática; Fosfatase alcalina (FA) é mais utilizada na avaliação da colestase; e para a função hepática é usado com maior frequência a concentração de Albumina sérica. O objetivo deste estudo foi compilar e caracterizar as alterações nos exames bioquímicos de avaliação da função e lesão hepática de cães, realizados no Laboratório de Análises Clínicas, da Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU), da Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Realeza / PR, no período de um ano. Foram revisados todos os resultados bioquímicos de cães com idade superior a 1,5 anos, independentes de raça e sexo, atendidos no período de junho de 2016 a junho de 2017. Em 19 cães verificou-se alterações das atividades das enzimas hepáticas, ALT e/ou FA, e/ou da concentração de Albumina. Devido a FA de origem óssea estar aumentada em animais jovens e em consolidação de fraturas, foram excluídos os prontuários com histórico de fratura óssea e idade inferior a 1,5 ano. Entre os 19 prontuários, havia 13 cães fêmeas (68,4%) e 6 machos (31,6%), a maioria dos pacientes tinham idade superior a 5 anos (68,4%). Das alterações enzimáticas, 14 exames apresentaram FA elevada com média 438,9UL (198 a 1396); 7 exames de Albumina apresentaram-se reduzidas, com média 1,42g/dL (1,0 a 1,9); e 5 exames apresentaram ALT elevado com média 206,6UL (127 a 287). Pela interpretação dos resultados frente aos dados clínicos presentes nos prontuários, em 9 cães confirmou-se a suspeita de doença hepática (47,4%), apresentaram redução no apetite, vômito e apatia como principais manifestações clínicas. Entre esses, 3 animais tinham outras doenças associadas: encefalopatia pós-traumática, pancreatite, e tumor mamário. Esses pacientes estão em tratamento e acompanhamento. Entre os prontuários selecionados, excluiu-se as suspeitas de hepatopatias utilizando exames auxiliares, como hemograma e ultrassonografia e/ou ausência de sintomatologia, encontrou-se outras patologias que poderiam aumentar os níveis séricos dos exames hepáticos, entre elas a maioria foi de origem tumoral, chegando a 5 pacientes (26,3%), desses todos tiveram aumento da FA; doenças infecciosas foram 2 animais incluindo erliquiose e leishmaniose (10,7%), um tendo alteração apenas de ALT e um de Albumina; e em procedimentos como cirurgia de OSH 1 caso (5,2%), cesárea 1 caso (5,2%) e 1 caso de prostatatite (5,2%), os 3 com alteração de FA. Concluiu-se que a principal alteração foi da enzima Fosfatase Alcalina que está presente em altas concentrações nos ossos, fígado, intestino e placenta, e em alguns casos de tumor, dessa maneira essas alterações pode ter ocorrido por algum motivo diferente, não sendo de origem hepática. Além disso constatou-se que é imprescindível o acompanhamento de rotina de animais ao veterinário, principalmente com idade superior a 5 anos, ressaltando a importância dos exames preventivos para o diagnóstico precoce das hepatopatias.

Downloads

Publicado

30-11-2017

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Pesquisa