EDUCAÇAO PERMANENTE EM SAÚDE: UM REFLEXÃO SOBRE HUMANIZAÇÃO ENTRE ACADEMIA E SERVIÇO
Palavras-chave:
Agentes Comunitárias de Saúde, Humanização, Educação em SaúdeResumo
A educação permanente em saúde deve ser compreendida como uma prática ensino-aprendizagem cujo foco é o trabalho, ancorada nas experiências, dúvidas que emergem da prática/vivência profissional e que despertam a interrogação/necessidade de mudanças. Compreende-se que o Agente Comunitário de Saúde – ACS, em contato direto com a comunidade, vivencia com frequência, situações que remetem a necessidade de educação permanente. Diante desse contexto desenvolveu-se no componente curricular, “Cuidados de Enfermagem na Atenção Básica”, quinta fase do Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, uma atividade educativa com 300 ACS do município de Chapecó. Foram contempladas seis temáticas, de interesse/necessidade dos ACS’s, entre estes estava o tema “Humanização”, foco deste relato, que tem como objetivo relatar a vivencia de educação permanente em saúde realizada com ACS contemplando o tema humanização. A atividade foi realizada por cinco discentes com o acompanhamento de um docente. O ambiente foi planejado em detalhes para ser acolhedor, iluminação reduzida e ambiente aromatizado proporcionando sensação de bem-estar, tanto físico quanto psicológico. A disposição das cadeiras/colchonetes foi organizado em formato de círculo, com uma mandala ao centro, onde foram depositados objetos que remetessem simbolicamente a humanização (corações das cores do acolhimento e bonecos que representavam as distintas etnias) Os ACS’s foram organizados em seis grupos de até 30 pessoas. A dinâmica constava com uma pergunta inicial “o que é humanização para você”, cuja resposta foi escrita em papel, que após socializada ao grupo, foi depositada na mandala. Ao termino da fala dos ACS’s, os organizadores da atividade mediaram a reflexão considerando os três pilares da Política Nacional da Humanização- PNH: acolhimento, clínica ampliada e gestão compartilhada. Para finalizar a atividade utilizou-se da dinâmica dos “floquinhos de algodão”, onde cada floco representava simbolicamente a semente da humanização. Ao analisar as palavras escritas que emergiram da dinâmica evidenciou-se que os três pilares foram contemplados. Palavras que representam o acolhimento: empatia, amor, bom senso, ética, atenção e carinho pelo próximo, compreensão, respeito à diversidade, acessibilidade. Na gestão compartilhada prevaleceram: trabalho em equipe, união, confiança, igualdade, tolerância, cooperação e comunicação. Na clínica ampliada: compartilhar conhecimentos, ética responsabilidade e comprometimento. Considera-se que a atividade foi positiva para os ACS’s e discentes. Para os ACS’s foi um momento de reflexão sobre suas práticas, como ACS e como integrantes da equipe de saúde, onde manifestaram as potencialidades e fragilidades. Apontaram de forma consensual que o tema humanização deveria ser abordado com todos integrantes da equipe e com os gestores. Para os discentes foi uma oportunidade de vivenciar a educação em saúde, aprender e ensinar integrando serviço e academia, que ao término desencadeou o sentimento de orgulho e satisfação pelo trabalho realizado, e o desejo que cada semente de reflexão plantada em cada agente comunitária de saúde sirva para mudar o amanhã e fortalecer o Sistema Único de Saúde –SUS.
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