CARACTERIZAÇÃO DE IDOSOS ATENDIDOS POR FRATURA DE FÊMUR PROXIMAL EM HOSPITAL GERAL
Palavras-chave:
Idoso, Hospitais gerais, TraumatologiaResumo
A fratura de colo de fêmur tem incidência elevada em idosos, sendo que no Brasil, entre 2008 e 2012, foram registrados mais de 181 mil casos em pacientes a partir de 60 anos atendidos no Sistema Único de Saúde, somando 36.200 casos por ano. Entre os estados do sul, o Rio Grande do Sul contribui com 42,7% do total de casos e com a maior média anual no mesmo período - 2.794 casos por ano. Além disso, o que chama a atenção, é que entre todas as fraturas, aquelas que acometem o fêmur proximal apresentam maior impacto na morbidade e, maior taxa de mortalidade em idosos, variando, esta última, entre 12% e 37%. Devido ao aumento dos casos, associado à consequente incapacidade física total ou parcial e, à alta taxa de mortalidade, esta problemática adquire relevância na saúde pública, pela sobrecarga de atendimentos especializados, o que impacta no orçamento, além do prejuízo social em termos de perda da autonomia. Nesse sentido, realiza-se um estudo observacional, do tipo coorte, prospectivo e não comparado, no período de 08/2016 a 07/2019, no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) situado na cidade de Passo Fundo/RS. Objetiva-se avaliar a morbimortalidade e fatores associados, no período de até um ano após intervenção cirúrgica devido à fratura de colo de fêmur por queda de própria altura, em pacientes com 60 anos ou mais, internados no HSVP de 01/01/2017 a 31/12/2017. Acadêmicos do curso de medicina da UFFS coletam dados em prontuário e por meio da aplicação de questionários, contemplando perfil demográfico, socioeconômico, de hábitos de vida e dados de saúde anteriores à fratura, bem como, de aspectos referentes ao período pré-cirúrgico, cirúrgico e pós-cirúrgico dos pacientes. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFFS (parecer número 1.773.384). Os resultados parciais, devido à pesquisa estar em andamento, referem-se às coletas efetuadas até o dia 02/08/17, com inclusão de 84 pacientes. Foram selecionadas algumas variáveis, que permitem traçar um perfil da amostra. Observou-se uma preponderância feminina, correspondendo a 76%, refletindo a maior fragilidade óssea, frequente no gênero e faixa etária analisada; a média de idade corresponde a 78,69 anos, com regular distribuição na faixa etária dos 76-85 anos, equivalente a aproximadamente 50% dos pacientes. Dos pacientes incluídos na pesquisa até o momento, a maioria nega consumir qualquer tipo de bebida alcoólica, refletindo 92% dos casos. Observou-se também que a maioria dos pacientes sofreu queda caminhando ou levantando/sentando/deitando, respectivamente 49% e 40%. Além disso, 80% dos pacientes nega ocorrência de fraturas nos últimos 05 anos; considerando a situação na pesquisa, 84% encontram-se em acompanhamento e óbitos e perdas correspondem a 11% e 5% respectivamente. Até o presente momento, os resultados apontam para uma consonância com a literatura e a principal dificuldade encontrada foi a complexidade para obter informações diretamente com o paciente devido à desorientação, oriunda possivelmente, da idade avançada, comorbidades, saída da rotina e ambiente familiar, bem como da múltipla medicalização ou manifestação de alterações orgânicas ocultas.Downloads
Publicado
30-11-2017
Edição
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Pesquisa
Licença
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