AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO CONSUMO ALIMENTAR DE MULHERES COM IDADE ENTRE 30 A 59 ANOS ATENDIDAS EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE NUTRIÇÃO

Autores

  • Thaiane Silva Rios Universidade Federal da Fronteira Sul (Realeza)

Palavras-chave:

Mulheres adultas. Consumo alimentar. Estado nutricional. Doenças Crônicas Não Transmissíveis.

Resumo

Resumo: A transição nutricional provocou grandes mudanças no consumo alimentar da população, no qual observa-se um aumento expressivo no consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras, açúcares e sódio, enquanto há uma ingestão insuficiente de alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras (FLV), sendo estes últimos, fontes importantes de micronutrientes, fibras e antioxidantes. Concomitantemente a esta transição, observou-se uma modificação do estado nutricional (EN) dos indivíduos, em que aumentou-se a incidência e prevalência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como a obesidade, doenças cardiovasculares (DCV), diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de mulheres atendidas em uma Clínica Escola de Nutrição. Foram coletados dados socioeconômicos, clínicos, consumo alimentar e antropométricos, através de anamneses. A classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), foi realizada conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1997). Para o percentual de gordura corporal utilizou-se o método da soma das pregas cutâneas de Durnin e Womersley (1974) e classificou-se conforme Lohman (1992). A classificação da circunferência da cintura (CC) e da Relação Cintura-Quadril (RCQ), realizou-se conforme a OMS (1998). O consumo alimentar foi avaliado conforme o Recordatório de 24 horas para as FLV e classificado conforme a OMS (2003); já o consumo de arroz e feijão foram avaliados a partir do Questionário de Frequência Alimentar (QFA). A prática de atividade física foi classificada de acordo com a OMS (2010). Selecionou-se 25 pacientes do sexo feminino com idade entre 30 a 59 anos, atendidas no primeiro semestre de 2017. A maioria era casada (68%), 48% delas possuíam ensino superior completo e uma renda média de R$ 3.436,12. Após a avaliação do EN, observou-se que: 28% eram eutróficas, 36% apresentavam sobrepeso, 20% obesidade grau I, 12% obesidade grau II e 4% obesidade grau III. Quanto o percentual de gordura corporal, avaliou-se que 21 pacientes que tiveram todas as pregas cutâneas coletadas, obteve-se os seguintes resultados: 81% apresentavam risco de doenças associadas a obesidade e 19% estavam acima da média. Em relação a CC, 68% apresentavam risco para DCV. Referente à RCQ foi possível observar que: 21% apresentavam um baixo risco para desenvolvimento de DCV, 29% risco moderado, 25% risco alto e 25% risco muito alto. Em relação às patologias, 20% possuíam HAS e 28% hipercolesterolemia. Quanto ao consumo alimentar, 92% consumiam FLV inferior ao recomendado pela OMS (≥400g/dia). No que se refere ao consumo de arroz e feijão, 80% e 52%, respectivamente, relataram consumir todos os dias. Referente à prática de atividade física, 60% eram sedentárias. Desta forma, verificou-se que a maioria das mulheres estavam acima do peso (sobrepeso e até mesmo obesidade em diferentes graus), com patologias associadas e apresentavam risco para o desenvolvimento de DCV, com um baixo consumo de FLV e inativas fisicamente.

Biografia do Autor

  • Thaiane Silva Rios, Universidade Federal da Fronteira Sul (Realeza)
    Aluna da 8ª fase do Curso de Nutrição da Universidade Federal da Fronteira Sul.

Referências

OLIVEIRA, M.A.M. et al. Relação de indicadores antropométricos com fatores de risco para doença cardiovascular. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 94, n. 4, p. 478-485, Abr. 2010.

Brasil, Ministério da Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011–2022. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.pdf. Acessado em: 31 de Janeiro de 2016.

Brasil, Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Saúde: percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas 2013. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/PNS/2013/pns2013.pdf. Acesso em: 01 de Janeiro de 2016.

World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health. Genebra: WHO; 2010. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44399/1/9789241599979_eng.pdf. Acessado em: Fevereiro de 2016.

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Publicado

22-06-2018

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Pesquisa