A INFERÊNCIA E O ENSINAR-APRENDER A LER EM MATERIAIS PEDAGÓGICOS
Palavras-chave:
Leitura, Compreensão, Inferências, Livro didáticoResumo
Passadas praticamente duas décadas do século XXI, percebemos que a temática leitura e a formação de bons leitores tem sido motivo de interesse de pesquisadores, professores, sistemas de avaliação, mídia em geral e governo por causa dos baixos desempenhos que estudantes brasileiros vêm obtendo em avaliadores tanto nacionais quanto internacionais que visam estudar as habilidades em leitura de alunos e população em geral. Dentre os principais sistemas de avaliação, destacamos o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)-por intermédio da Prova Brasil-; o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF); o Instituto Pró-Livro (IPL) e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) que demonstram, através das suas pesquisas, que ainda há muito a ser feito com relação à formação de leitores no Brasil. Dentre as avaliações mencionadas, ressaltamos o PISA que demonstrou, a partir das suas últimas edições realizadas no período 2000-2015, que o processo cognitivo de elaboração de inferências tem sido uma das principais dificuldades apresentadas pelos estudantes brasileiros no que tange à compreensão de textos, sendo as questões que exigiam dos alunos a sua elaboração aquelas nas quais os participantes apresentaram um maior grau de insucesso nas últimas provas da avaliação com foco em leitura. Logo, considerando que a construção de inferências na leitura pode ser vista como um dos processos fundamentais para que o estudante (leitor) possa compreender aquilo que leu, uma questão nos tem chamado a atenção: como os atuais livros didáticos de língua portuguesa destinados para professores e alunos do 9º ano do ensino fundamental abordam a atividade cognitiva de elaborar inferências em atividades de compreensão textual? Desta forma, o principal objetivo da pesquisa que apresentamos é estudar as atividades de leitura propostas para a compreensão de textos, considerando a construção de inferências-conectivas e elaborativas- em livros de língua portuguesa recomendados pelo PNLD 2017 para estudantes e professores do 9º ano dos anos finais do ensino fundamental. Escolhemos a análise de livros didáticos destinados para esse público pelo fato de serem esses os participantes da avaliação do PISA e que nas últimas edições apresentaram resultados insatisfatórios. Decidimos pela realização de uma análise quali-quantitativa das questões de compreensão textual trabalhadas com os alunos após as seções destinadas à abordagem da leitura de textos nos materiais didáticos escolhidos para a pesquisa. Os dados, por ora analisados, indicam que os livros didáticos priorizam o trabalho com inferências no processo-ensino aprendizagem da leitura em atividades de compreensão textual, considerando que praticamente a metade das tarefas de leitura analisadas foram destinadas para a construção de algum tipo de inferência. Todavia, apesar disso, constatamos que eles não apresentam um suporte, tais como a abordagem do assunto específico da questão antes da seção destinada às atividades de compreensão, seções específicas nos capítulos que ensinem estratégias sobre a construção de inferências e suportes (boxe, texto complementar) melhor contextualizados acompanhando a atividade para que o aluno possa elaborar inferências, especialmente aquelas do tipo conectivas, para que sua respectiva compreensão textual não seja comprometida.
Palavras-chave: Leitura. Compreensão. Inferência. Livro Didático.
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