FORMAÇÃO DE GESTORES PARA O SUS: OFICINAS DE EXTENSÃO SOBRE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

Resumo

Um dos grandes desafios de um sistema público de saúde de acesso universal, equânime e integral é a garantia de recursos financeiros, materiais e humanos. Para tanto, faz-se necessário compreender os desafios que permeiam a gestão da saúde pública brasileira. Sendo um deles, estruturar e gerir as ações e serviços em Redes de Atenção à Saúde (RAS) para a garantia da integralidade. Assim, este trabalho trata-se de um relato de experiência de oficinas sobre redes de atenção à saúde com gestores municipais e coordenadores dos serviços de saúde, realizadas em parceria da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) com a Associação dos Municípios do Oeste Catarinense (AMOSC), as Agências de Desenvolvimento Regional (ADR) de Chapecó, Palmitos e Quilombo e a Comissão de Integração Ensino e Serviço (CIES). Estas oficinas foram vinculadas ao projeto “Formação em gestão pública no Sistema Único de Saúde (SUS): ênfase no financiamento e planejamento dos serviços de saúde” aprovado no edital nº 804/UFFS/2015. Utilizaram-se estratégias didáticos pedagógicas problematizadoras que ocorreram durante o período de setembro à novembro de 2015. As oficinas totalizaram quarenta e oito participantes em trinta horas de formação. Os principais resultados  apontaram as dificuldades dos gestores frente às articulações entre os serviços públicos e privados decorrente da divergência de princípios destes, as pactuações intermunicipais, a falta de engajamento e pertencimento dos profissionais de saúde atuantes nos serviços públicos, o subfinanciamento crônico do SUS existente desde sua criação e o pouco uso dos instrumentos de gestão pública na prática profissional. Os avanços destacados para regionalização estão relacionados aos consórcio intermunicipal, a atuação pró-ativa das instâncias colegiadas de tomada de decisão e a realização de atividades de educação permanente que fortalecem as relações entre os atores regionais. De modo geral, as oficinas de formação em saúde resgataram o debate sobre o papel das redes de atenção para o acesso dos usuários e a efetividade dos serviços, e estimularam o fortalecimento de pactuações para a regionalização do SUS na região oeste catarinense. Isso posto, ressalta-se a indispensabilidade de capacitações permanentes aos gestores dos serviços públicos de saúde para a manutenção e melhoria da qualidade da administração municipal do SUS.