A ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL NA CADEIA PRODUTIVA DE LEITE DO TERRITÓRIO OESTE CATARINENSE: PERCEPÇÃO DOS AGRICULTORES
Palavras-chave:
Agricultura familiar. Desenvolvimento territorial. Ater.Resumo
A Política Nacional de Ater, instituída no ano de 2010, representa o reconhecimento formal e legal que os serviços de Ater são dedicados à Agricultura Familiar. No ano de 2013, o antigo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) lançou a Chamada Pública SAF/ATER N° 07/2013 para a seleção de entidades executoras de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) a fim de promoverem a Agricultura Familiar Sustentável na Cadeia Produtiva do Leite. A Chamada consistia em promover o desenvolvimento sustentável das bacias leiteiras, focando não apenas na atividade leiteira, mas também, na visão sistêmica de todos os aspectos produtivos, sociais e ambientais envolvidos nas atividades das unidades familiares. Neste contexto, objetivou-se identificar a percepção dos agricultores familiares quantoa assistência técnica e extensão rural na cadeia produtiva de leite do Território Oeste Catarinense. O presente estudo de caso, de natureza exploratória e abordagem qualitativa, realizou entrevistas no período de novembro de 2015 a janeiro de 2016. As mesmas foram realizadas em 9 municípios do Território Oeste Catarinense, sendo eles: Chapecó, Coronel Freitas, Quilombo, Formosa do Sul, Irati, Novo Horizonte, São Lourenço, Santa Terezinha do Progresso e Pinhalzinho, totalizando 36 Unidades de produção beneficiadas, isto é, 4 Unidades de cada município envolvido. A coleta de informações foi direcionada e desenvolvida com base no instrumento remetido pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial, nomeado de “Roteiro para Obtenção de Informações sobre Ater”. Os resultados demonstraram que, do total de famílias entrevistadas, 28% informaram nunca terem tido contado com qualquer assistência técnica, 28% relataram ter, em algum momento, tido assistência pública e particular, 23% tiveram apenas assistência privada, 19% apenas com assistência pública e outros 2% com assistência de cooperativa familiar. De maneira geral, os agricultores que receberam assistência pública, relataram que esta ocorria de forma esporádica, por meio de curso, palestra, ou busca de informação e atendimento específico. Por outro lado, os agricultores que relataram ter recebido assistência particular, em sua maioria, eram associados a empresas integradoras (incluindo as grandes cooperativas), na qual a “orientação” era específica para a atividade desenvolvida pela empresa. O conjunto de orientações técnicas recebidas de modo geral pelos agricultores estiveram associadas à produção de leite em sistema “PRV” (Pastoreio rotativo Voisin), isto é, um grande número de piquetes, emprego de pastagens perenes, água e sombra disponível nos piquetes e baixo uso de insumos. Neste contexto, 67% dos agricultores aceitaram estas orientações, contudo os têm adaptado a implantação dos sistemas conforme suas condições financeiras. Ainda, cabe salientar que dos pesquisados, 28% observaram dificuldade dos técnicos em orientar suas demandas específicas, como exemplo a seleção genética dos animais, o balanço da dieta, o controle de cigarrinha das pastagens, entre outras. Por fim, conclui-se queos agricultores familiares percebem que há falta de assistência técnica continuada e também de orientações que atendam as demandas específicas emanadas pelas famílias e suas unidades produtivas.
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