A ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL NA CADEIA PRODUTIVA DE LEITE DO TERRITÓRIO OESTE CATARINENSE: PERCEPÇÃO DOS TÉCNICOS

Autores

  • Alice Silva Santana Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • André Luiz Radünz
  • Bruna Cavallet
  • Carlos Eduardo Arns
  • Amanda Fabres Oliveira Radunz
  • James Luiz Berto

Palavras-chave:

Agricultura familiar. Desenvolvimento territorial. Ater.

Resumo

A assistência técnica e extensão rural (ATER) constitui uma política pública que favorece iniciativas que contribuem com o desenvolvimento da agricultura familiar no território nacional. No ano de 2013, o antigo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) lançou a Chamada Pública SAF/ATER N° 07/2013 para a seleção de entidades executoras de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) a fim de promoverem a Agricultura Familiar Sustentável na Cadeia Produtiva do Leite. Tendo em vista que a atividade leiteira tem um papel fundamental no desenvolvimento sustentável do Território Oeste Catarinense, esta Chamada focou a visão sistêmica de todos os aspectos produtivos, sociais e ambientais envolvidos nas atividades das unidades familiares. Neste contexto, objetivou-se identificar a percepção dos técnicos de ATER quanto à assistência técnica e extensão rural na cadeia produtiva de leite do Território Oeste Catarinense. O presente estudo de caso possui natureza exploratória e abordagem qualitativa. Para a sua execução, foram realizadas entrevistas no período de novembro de 2015 a janeiro de 2016 em 9 municípios do Território Oeste Catarinense, sendo eles: Chapecó, Coronel Freitas, Quilombo, Formosa do Sul, Irati, Novo Horizonte, São Lourenço, Santa Terezinha do Progresso e Pinhalzinho, totalizando 36 Unidades de produção beneficiadas, isto é, 4 Unidades de cada município envolvido. A coleta de informações foi realizada com base no instrumento remetido pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial, nomeado de “Roteiro para Obtenção de Informações sobre Ater”. Os resultados demonstraram que dos agricultores que aceitaram participar do projeto de Ater muitos desistiram devido à troca de técnicos ou à ausência de visitas por período prolongado, sendo que a taxa de desistência foi maior nos locais em que ocorreu troca de técnicos como em Pinhalzinho, Formosa, Novo Horizonte e Santa Terezinha do Progresso, os quais atingiram 25% de desistência. A participação dos agricultores nos eventos conjuntos foi uma das principais dificuldades apontadas pelos técnicos, mesmo àqueles que têm conseguido o maior nível de participação indicam que fica muito próximo do mínimo aceitável. Neste contexto, em locais onde não se consegue a participação mínima,os técnicos tem repetido a ação até conseguir o número significativo de participantes, o que onera em tempo e recursos financeiros. De um modo geral, quem mais participa dos eventos são os homens (85%) enquanto que a participação das mulheres (15%) ocorre com maior frequência quando há oficinas e minicursos caseiros. Já a participação de jovens nos eventos sociais não ultrapassa a 5%. De acordo com os técnicos, seria necessário flexibilizar o tempo de duas horas para a atividade de visitas aos agricultores e considerar maior quantidade de tempo visto que há uma elevada demanda de orientação e de visitas mais frequentes. A chamada também deveria considerar o tempo para elaborar as propostas e organizar materiais para o agricultor uma vez que o trabalho fora da visita não tem remuneração direta, apenas o tempo de visita. À vista disso, conclui-se que os técnicos de Ater percebem como um dos maiores problemas encontrados esta a alta taxa de desistência dos agricultores nos projetos e a pouca participação destes nos eventos conjuntos realizados na comunidade.

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Publicado

15-12-2017

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura