SENTIMENTOS VIVENCIADOS POR MULHERES MASTECTOMIZADAS: UM OLHAR PARA ALÉM DAS SEQUELAS FÍSICAS

Autores

  • Maraisa Manorov Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Jeane Barros Souza Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Rozana Bellaver Soares Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Angela Urio Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Palavras-chave:

Câncer de mama. Sentimentos. Mastectomia. Saúde da Mulher. Enfermagem.

Resumo

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil e no mundo, representando a primeira causa de morte por câncer na população feminina. Nesse sentido, considera-se importante compreender os sentimentos das mulheres ao receberem o diagnóstico de câncer através do projeto de pesquisa intitulado “As experiências das mulheres na vivencia da mastectomia: sentimentos, rede de apoio e cotidiano” que tem entre seus objetivos conhecer os sentimentos das mulheres diante do câncer e da necessidade da mastectomia. Trata-se de um estudo do tipo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa, com participação de 10 mulheres mastectomizadas, residentes no município de Chapecó-SC. Para a coleta dos dados utilizou-se entrevista semiestruturadas e só iniciou a pesquisa após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade Federal da Fronteira Sul. A pesquisa ainda não foi concluída, mas como resultados parciais evidencia-se que inúmeros sentimentos invadem as mulheres diante do diagnóstico de câncer, despertando dúvidas e incertezas quanto ao futuro. A maioria delas, no primeiro momento, entram em choque, não acreditam que estão vivenciando essa situação, surgindo o medo da morte, do inesperado e do próprio tratamento com quimioterapia, radioterapia e mastectomia. Percebeu-se que apesar da mama ser considerada sinônimo de feminilidade, nesse momento não é o que mais importa, a necessidade de curar-se e estar viva está aquém da aparência. Contudo, identificou-se angústia com relação a realização da quimioterapia e dos efeitos colaterais, que embora colaborem com a destruição das células alteradas do corpo, provocam diversas reações. Entre os efeitos adversos do tratamento, o enjoo, os vômitos, o ganho ou perda de peso e do cabelo, o qual, para algumas das participantes, foi o fator que mais afetou a autoestima. O apoio dos amigos e familiares é fundamental nessa situação. Assim, manifestam-se a necessidade de superação, força para lutar, vencer a doença e viver. Nessa perspectiva, novas rotinas são organizadas, a maneira de cuidar-se, de olhar e conduzir a vida são modificadas, os detalhes e o que antes era julgado banal tomam formas e valores diferenciados. Entretanto, evidenciou-se o medo da recidiva nessas mulheres, mesmo com a superação e cura da doença, da mesma maneira que as cicatrizes físicas e psicológicas permanecem. Algumas entrevistadas, não conseguiram superar as dificuldades físicas impostas pela mastectomia, bem como a depressão que as assola. A realização da pesquisa tem possibilitado o aprofundamento das acadêmicas acerca dessa temática e o despertar para o desenvolvimento da escrita de artigos científicos. É de extrema relevância conhecer os sentimentos das mulheres frente ao diagnóstico de câncer, quando só se pensa na doença e cura física. Torna-se fundamental que sejam acrescentadas ações no sentido de incluir as necessidades psicológicas das pessoas com diagnóstico de câncer nas políticas e programas de prevenção e tratamento, com a finalidade de incentivar, apoiar e ofertar suporte psicológico nesse momento de fragilidade e transformações vivenciadas.

Biografia do Autor

  • Maraisa Manorov, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Graduanda da 7ª fase de Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
  • Jeane Barros Souza, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Enfermeira doutora, docente do curso de graduação em Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
  • Rozana Bellaver Soares, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Graduanda da 7ª fase de Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
  • Angela Urio, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
    Graduanda da 7ª fase de Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

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Publicado

09-02-2018

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa