COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA, CULTURA E RELIGIOSIDADE

Autores

  • Adelmir Fiabani Universidade Federal da Fronteira Sul - Passo Fundo
  • Vanderson Theisen Universidade Federal da Fronteira Sul - Cerro Largo
  • Fabiano Kapelinski Universidade Federal da Fronteira Sul - Cerro Largo
  • Jean Francesco Willi Donel Universidade Federal da Fronteira Sul - Cerro Largo
  • Emerson Sebastião Gomes Santiago Universidade Federal da Fronteira Sul - Cerro Largo

Palavras-chave:

Quilombolas. Cultura. História. Religiosidade.

Resumo

Através do Edital 210/UFFS/2016 - Bolsa Cultura produzimos um documentário sobre as comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, com enfoque no patrimônio imaterial. Foram realizadas filmagens e entrevistas nas comunidades Madeira, Quilombo Candiota, Várzea dos Baianos, Faxina, Cachoeirinha, Rincão do Quilombo, São Manuel, Palmas, Passo do Araçá, Quilombo Corrêa, Lichiguana e Rincão do Couro onde coletamos dados referentes à história, cultura e religiosidade. Os relatórios enviados pelas comunidades à Fundação Cultural Palmares para obter a condição "remanescente de quilombo", associado à memória dos moradores, serviram de base para o texto/roteiro que embasou esta obra fílmica. A produção deste documentário está de acordo com a Lei 10.639/03. Constituíu-se em atividade importante para a universidade, pois cumprimos com a política de extensão e cultura da Instituição, quando produzimos acervo sobre os saberes e cultura deste segmento social. As comunidades quilombolas guardam muitos aspectos da cultura africana. Estas comunidades são redutos de pessoas negras e mestiças, algumas de existência centenária, que habitam, na maioria das vezes, a zona rural, vivem da produção que retiram da terra, mantém costumes e tradições dos seus antepassados e passam seus conhecimentos de geração em geração. São comunidades compostas de famílias humildes, onde encontramos os mais baixos indicadores de desenvolvimento social. Em muitas comunidades, os jovens estão saíndo para trabalhar fora, tendo como consequência o 'esvaziamento' das comunidades e muitas das tradições se perdem com o êxodo. As comunidades quilombolas apresentam problemas em relação à documentação de suas terras. O Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988 assegurou às comunidades negras o direito à titulação das terras, sendo o Estado o responsável pela emissão dos títulos. O Estado tem-se mostrado ineficaz e, este fato, está comprometendo o futuro das comunidades. Passadas quase três décadas da vigência do referido dispositivo constitucional, menos de 10% das terras das comunidades foram tituladas. A Universidade Federal da Fronteira Sul cumpriu sua função social ao apoiar este projeto, pois ficaram registrados aspectos importantes da história destas comunidades que servirão de motivação para outras pesquisas.

Biografia do Autor

  • Adelmir Fiabani, Universidade Federal da Fronteira Sul - Passo Fundo
    Professor Adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul, doutor em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - RS, autor de Mato, palhoça e pilão: o quilombo, da escravidão às comunidades remanescentes. [1532-2008]; Os novos quilombos: luta pela terra e afirmação étnica no Brasil. [1988-2008]. Pesquisador sobre a temática escravidão, quilombos, comunidades negras e relações étnico-raciais.

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Publicado

30-11-2017

Edição

Seção

Campus Passo Fundo - Projetos de Extensão e Cultura