A MULHER NA CONTEMPORANEIDADE: O RESGATE DO FEMININO

Resumo

A desigualdade de gênero ainda manifesta-se de maneira muito forte na nossa sociedade, repercutindo na vida de diversas mulheres que evitam falar em saúde, conhecer o seu corpo, trocar experiências com outras mulheres. Essa construção se deve, principalmente, a questões culturais e sociais, que são baseadas em normas, regras e símbolos que definem como deve ser e como deve agir uma mulher perante a comunidade que (con)vive. Desta forma, este trabalho objetiva refletir sobre a mulher na contemporaneidade com base no resgate do feminino. Trata-se de um relato de experiência do primeiro encontro do Projeto de Cultura intitulado “Saúde, Corporeidade e Experiências Femininas”, aprovado no Edital de número 400/UFFS/2016, resultado final do Edital de número 210/UFFS/2016-Bolsa Cultura. Tal projeto possui como linguagem artístico-cultural o audiovisual e tem como objetivo geral fomentar a discussão na sociedade sobre diversos temas relacionados à saúde, corporeidade e experiências femininas, trabalhando com assuntos relacionados ao universo feminino. No primeiro encontro do Projeto, realizado no dia 30 de agosto nas dependências da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó, estiveram presentes 52 participantes da comunidade acadêmica da UFFS, além de um público externo proveniente de outras universidades, bem como de pessoas que não frequentam o meio acadêmico. Inicialmente, os participantes foram recebidos com uma exposição artística chamada “Pintando meu Útero”, resultante de desenhos realizados por acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem da UFFS-Campus Chapecó, no primeiro semestre de 2016, a partir de atividade desenvolvida em sala de aula, em Componente Curricular que trabalha a saúde da mulher e obstetrícia. Posteriormente à apresentação do Projeto feita pela coordenadora do mesmo, todos os presentes foram convidados a participar de duas danças circulares, no qual outras pessoas que circulavam pelas dependências da UFFS também se juntaram. Após, foi exibido o documentário “O Resgate do Feminino Sagrado” e ao término deste, uma doutora em antropologia social iniciou o debate a partir de algumas pontuações mostradas no documentário, levantando diferentes pontos de vista sobre as relações das mulheres consigo mesmas, com os outros, com a sociedade, com a natureza, etc, e de que forma elas vêm buscando resgatar o seu feminino. Em seguida, os participantes iniciaram discussões diversas que abordaram vários temas, tais como: as mulheres trans, o machismo, o universo feminismo, a sororidade, a busca pelo sagrado feminino, as várias formas de resgatar o feminino, o autoconhecimento, o ciclo menstrual, entre vários outros assuntos. Todos os temas foram amplamente discutidos pelos presentes, que mostraram uma participação ativa e entusiasmada. Com a realização deste evento foi possível observar que momentos como estes devem ser cada vez mais realizados para que discussões como as expostas com este relato sejam debatidas pela sociedade. Percebeu-se que existem muitos assuntos que carecem ser explorados a fim de que a mulher se reconheça e resgate o feminino que adormece em si. Este primeiro encontro possibilitou desconstruir preconceitos, reconhecer as diferentes formas de expressar o feminino e, principalmente, respeitar a diferença de cada mulher.