A CONSTITUIÇÃO DOS LIVROS DIDÁTICOS PELA DETERMINAÇÃO DAS TEORIAS LINGUÍSTICAS
Palavras-chave:
Análise do Discurso. Livros Didáticos. História das Ideias Linguísticas.Resumo
No presente estudo, analisamos como as teorias linguísticas são retomadas e articuladas na constituição discursiva de materiais didáticos destinados ao ensino de Língua Portuguesa no Brasil. Buscamos explicitar, por meio de marcas linguísticas, a maneira como estas teorias linguísticas ressoam na discursividade destes materiais, de modo explícito ou não. Nosso corpus de análise é constituído por dois livros didáticos de Língua Portuguesa: i) um exemplar de circulação atual - “Português Linguagens – 9º Ano ”, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães; ii) um exemplar da década de oitenta - “Reflexão e Ação em Língua Portuguesa – 8ª Série”, de Marilda Prates. Entendemos os exemplares como materialidades linguísticas significantes, a fim de compreender a sua constituição e, consequentemente, a maneira como sua constituição afeta e determina o que pode e deve ser ensinado nas aulas de Língua Portuguesa e nas escolas. Para tanto, filiamo-nos aos pressupostos da História das Ideias Linguísticas, que, no Brasil, constitui-se vinculada à Análise de Discurso pecheuxtiana, e que nos auxiliou a realizar gestos interpretativos sobre o corpus. Com base na AD, mobilizamos os conceitos de discurso, sujeito, ideologia, formação discursiva, condições de produção, interdiscurso, historicidade e efeitos de sentido, que constituem nosso dispositivo teórico para análise e que nos auxiliaram nos gestos interpretativos. A partir da análise realizada, podemos compreender que permanece nos Livros Didáticos uma forte presença do ensino com enfoque na gramática, em um aspecto tradicional, mesmo com todos os avanços das teorias linguísticas, caracterizando os LDs como instrumentos linguísticos, assim como a gramática e o dicionário.
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