A SOCIABILIDADE ENTRE ESTRANGEIROS (OS HAITIANOS) E OS DESCENDENTES DE ESTRANGIROS (OS BRASILEIROS) DE CHAPECÓ NA UFFS.

Autores

  • Eliziane T. Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó

Palavras-chave:

Palavras-chave, Brancos(estabelecidos), Negros(outsiders), Poder, branquitude, cor.

Resumo

Os fenômenos determinantes da pesquisas estão associados a uma forte migração de estrangeiros Haitianos para o Brasil, especificamente no município de Chapecó para fins de trabalho e estudo na região. Pretende-se identificar com esse trabalho as autorrepresentação e representações dos “outros” os: estabelecidos (brasileiros) e outsiders (haitianos) na UFFS- Chapecó, com base no processo de construção do negro visto que as relações raciais no Brasil são desiguais, desde os aspectos limiares da construção do Brasil até os dias atuais, identificado na branquitude através das formas de poder simbólicos e econômicos que sempre foram renegados aos negros e usufruído por brancos. Dessa forma Levanta-se como hipótese que as relações entre os estabelecidos brancos e os recém-chegados negros estrangeiros haitianos, sejam permeadas por mecanismos de poder desigual com base na cor em Chapecó. A cidade caracterizada por uma forte predominância de brancos desde a colonização até a contemporaneidade, sendo 76,6% da população é branca conforme os dados do IBGE de 2010. Isto é, no limiar da colonização houve muito conflito entre os imigrantes brancos e os nativos (caboclos e indígenas) não brancos, e uma das características evidentes dessa separação dos brancos e não brancos pode ser pensada através da miscigenação não ter ocorrido efetivamente como foi na colonização no Brasil com exceção do sul do país. As análises estão relacionadas com as táticas da pesquisa qualitativas com observações participantes e grupos focais entre os outsiders negros e estabelecidos brancos. Dessa forma, a finalidade deste projeto é investigar as peculiaridades que ocorrem nas diferentes socializações entre os grupos de brancos brasileiros e negros haitianos, bem como as características que entremeiam essas relações no espaço universitário. Dessa forma foi evidente nas entrevistas que os Haitianos entrevistados relataram as dificuldades de viver em um lugar branco com preconceito, na cidade e no trabalho. Embora apenas uma entrevistada relatou um ato de preconceito na universidade, os demais com exceção de um entrevistado preferem fazer trabalhos em grupo sozinho, relatando as dificuldades das formações de grupos. Quer dizer, que as relações na universidade também são permeadas por dificuldades como na cidade em si, pois os acadêmicos na UFFS em sua maioria vive em Chapecó ou são de regiões próximas. Além disso, o argumentos referente aos públicos de brasileiros ou haitianos se intitulares de “reservados”, “na deles”, “não gostam de se misturar”, são argumentos utilizados pelos dois grupos um em relação ao outro. O que é uma contradição já que cada grupo de certa forma se vê como acolhedor ou integrante.

 

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Publicado

23-11-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa