COSTURANDO (RE)CONSTRUÇÕES SOBRE DIVERSIDADE, GÊNERO E IDENTIDADES: A CONFECÇÃO DE BONECOS(AS) NO VER-SUS OESTE CATARINENSE

Autores

  • Ariane Sabina Stieven Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Zanettini Angélica UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó
  • Andressa Antonia Trizotto UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ
  • Adriana Carolina Bauermann UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ
  • Claudio Claudino da Silva Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó
  • Larissa Hermes Thomas Tombini UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó
  • Amanda Ferronato UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ
  • Fabiola Feltrin UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó
  • Camila Dervanoski UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Camus Chapecó
  • Gabriela Vicari UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
  • Naraiane Fermino UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

Palavras-chave:

Gênero e Saúde, Violência baseada em gênero, Problemas Sociais, Sexismo, Formação profissional em saúde.

Resumo

Nos itinerários formativos em saúde, aspectos como as violências, as relações (assimétricas) de gênero e a diversidade (em todas as dimensões do humano) possuem, ainda, pouco ou nenhum espaço como temas essenciais para formação ética, humanística e cidadã dos(as) futuros(as) profissionais de saúde, sobretudo pelos tabus e mitos arraigados histórica e sócio culturalmente. Tornam-se imperativas, assim, estratégias para problematização destes temas aliando a academia à indissociável vida em sociedade “lá fora”. Este trabalho tem como objetivo geral relatar uma experiência de estratégia problematizadora, denominada confecção de bonecos(as), para discutir os temas acima na perspectiva de gênero, proporcionada no âmbito do Projeto de Extensão “Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde” (VER-SUS Oeste Catarinense). A quinta edição desse projeto teve como tema geral “Política, Cidadania e Cultura: respeito às diversidades”, e se propôs, através da organização de espaços interdisciplinares de discussão e do desenvolvimento de atividades de imersão vivencial, abordar temas sociais nevrálgicos oferecendo oportunidade para discussões acadêmicas em diferentes áreas do conhecimento. Dentre as atividades realizadas na edição, destaca-se essa atividade voltada à confecção de bonecos, que tem como objetivo discutir as identidades de gênero a partir do lúdico, instigando os viventes do VER-SUS a problematizarem acerca dos papéis sociais de homem e mulher e a forma como esses são estereotipados em bonecos(as). Na proposta, cada vivente confecciona seu(suas) próprio(a) boneco(a), em todas as fases do processo, desde a seleção do material necessário, passando pelo corte, costura, preenchimento, confecção da roupa até a definição das características, história (fictícia ou real) até a identificação e apresentação do mesmo. São convidados(as), ainda, a compararem suas produções com bonecos(as) comerciais tradicionalmente vendidos na infância dos(as) presentes. A atividade é marcada pela desconstrução de estigmas de gênero rotulados em “simples bonecos(as)”, exercício do trabalho em equipe, determinação e planejamento, além da reflexão no momento em que cada vivente apresenta seu trabalho e as histórias, muitas vezes suas próprias histórias de vida, de seus pais ou até mesmo de pessoas que conheceram nas vivências realizadas durante o projeto. Referências à pluralidade de expressões e de identidades de gênero são representados na construção e apresentação dos(as) bonecos(as), a exemplo de “o meu é um boneco, mas ele gosta de usar saia”, “a minha é uma boneca mas ela tem genitália masculina”, e emergem inquietações como “porque não existem bonecos(as) com alguma necessidade especial/deficiência física, já que não é incomum entre nós?” ou “os(as) bonecos(as) representam a maioria da população brasileira, ou um padrão estético?”. Ao olharem sobre seu próprio papel na sociedade e como estão inseridos em regras sociais impostas e perpetuadas por eles(as) próprios(as) (todos/as nós), os(as) acadêmicos(as) percebem-se não só como vítimas, mas também como potenciais autores de inúmeras violências, veladas ou não, contra si, outrem e/ou os(as) usuários(as) do SUS. Avalia-se que estratégias como essa deveriam perpassar todo itinerário formativo em saúde, utilizando preferencialmente metodologias ativas visando enfrentar estereótipos e preconceitos que podem culminar em práticas de saúde discriminatórias e violentas.

Biografia do Autor

  • Ariane Sabina Stieven, Universidade Federal da Fronteira Sul
    Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem, atuando principalmente nos seguintes temas: enfermagem, extensão, visita domiciliar, equipe e cuidado. Bolsista do programa "Ciências sem Fronteira" no período de 08/2013 a 12/2014 na Universidade de Wollongong na Austrália.
  • Zanettini Angélica, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó

    Acadêmica da 10ª fase do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Participante do Grupo de Estudo e Pesquisa GEPEGECE da UFFS/SC.

  • Andressa Antonia Trizotto, UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ
    Discente da 7ª fase do curso de Odontologia da Universidade comunitária da região de Chapecó (Unochapecó). E-mail: dudatrizotto@unochapeco.edu.br
  • Adriana Carolina Bauermann, UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ
    Acadêmica da 8ª fase do curso de graduação em Farmácia, Universidade Comunitária da Região de Chapecó- UNOCHAPECO. Bolsista FAPEX
  • Claudio Claudino da Silva Filho, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó
    Enfermeiro, Doutorando em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó-SC. Integrante do Laboratório de Pesquisa e Tecnologia em Educação em Enfermagem e Saúde (EDEN/UFSC). Pesquisador dos grupos/CNPq: GEPEGECE/UFFS, NESCO e EAI/UNIVASF, VSQV/UFBA.  Colaborador UNA SUS/UFSC em Atenção Básica para o Programa Mais Médicos e PROVAB. Integrante do Coletivo de Coordenação do VER-SUS Oeste Catarinense
  • Larissa Hermes Thomas Tombini, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó
    Enfermeira, Mestra em Enfermagem e Doutoranda em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisadora dos grupo/CNPq: GEPEGECE/UFFS. Integrante do Coletivo de Coordenação do VER-SUS Oeste Catarinense.
  • Amanda Ferronato, UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ
    Acadêmica do 6° período do curso de Jornalismo da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ).
  • Fabiola Feltrin, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Campus Chapecó
    Acadêmica do 10° período do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Bolsista do Projeto de extensão aprovado no edital Nº 804/UFFS/2014 intitulado- Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde no Oeste Catarinense (VER-SUS/Oeste)
  • Camila Dervanoski, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL - UFFS/Camus Chapecó
    Discente da 10ª fase do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)) - Campus Chapecó.
  • Gabriela Vicari, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
    10Acadêmica do 7º período do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
  • Naraiane Fermino, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
    Acadêmica do 8º período do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC

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Publicado

17-02-2017

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura