O CAMINHAR DOS MOVIMENTOS ESTUDANTIS NA CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DO VER-SUS: EXERCITANDO AS COMPETÊNCIAS ÉTICO-POLÍTICAS NA FORMAÇÃO EM SAÚDE

Autores

  • Gabriela Vicari Universidade do Estado de Santa Catarina

Palavras-chave:

Estudantes. Redes locais. Movimentos sociais. Formação profissional em saúde. Competência social

Resumo

Os movimentos sociais em geral marcaram e ainda marcam o país como sociedade por reivindicar transformações na realidade da população. O movimento estudantil continua apresentando-se como uma das possibilidades de inserção e atuação política para os(as) estudantes, sejam eles de ensino médio ou superior. Para estes(as), esse exercício abre horizontes de atuação que são novos pelas oportunidades que o(a) jovem encontra de conviver com outros(as) que compartilham dos seus problemas e sobretudo de seus ideais cidadãos. O movimento estudantil é capaz de se expressar através de vários grupos que se potencializam no cotidiano da condição estudantil. Assim, esse trabalho tem como objetivo geral relatar a experiência dos movimentos estudantis no coletivo de construção participativa do Projeto “Vivências e Estágios na realidade do Sistema Único de Saúde” (VER-SUS Oeste Catarinense). Ocorrida na Região Oeste de Santa Catarina, com sedes operacionais em São Carlos e em Chapecó, objetivou em suas cinco edições até o momento instigar os(as) participantes, sejam eles(as) viventes, facilitadores(as) ou Comissão Organizadora, a repensar a sociedade e o SUS de modo libertador e crítico-criativo, baseado na perspectiva teórico-conceitual do educador pernambucano Paulo Freire. As visitas e discussões em grupo buscavam desenvolver questionamentos acerca das políticas de gestão e cuidado no SUS, como também todo o contexto que envolve o modelo de atenção e a oferta de serviços de saúde para população brasileira. A partir dos inúmeros debates com a presença de movimentos sociais, profissionais, e gestores(as), percebeu-se na prática que o SUS foi conquistado através das lutas sociais (inclusive estudantis) do povo brasileiro. Exemplificou-se aos(às) viventes e aos(às) facilitadores(as) que o VER-SUS em si é um exercício de construção coletiva que pode ser levado para suas (novas) realidades, e é organizado majoritariamente por estudantes. Ou seja, a comissão organizadora que planeja e executa as ações propostas, assim como os(as) facilitadores(as), líderes de pequenos grupos, e os(as) viventes também estudantes universitários imersos pela primeira vez no projeto, têm em comum não só a condição de graduandos(as), mas sobretudo a ânsia de transformar a realidade da saúde brasileira. Uma das razões percebidas pelo coletivo de coordenação estudantil para o projeto ter chegado com êxito à cinco edições semestrais e ininterruptas, é que todos os protagonistas desta iniciativa entendem que a universidade e o que se vive nela não pode caminhar distante da realidade vivida no contexto social, político e cultural do país. Dentre os desafios em se fortalecer o movimento estudantil para seu engajamento nessa e em outras iniciativas de formação em saúde,  destaca-se a dificuldade que movimentos “clássicos” possuem em ancorar suas ideologias políticas (suprapartidárias) à característica central desse movimento: a pluralidade. Apesar do movimento passar atualmente por uma crise de representatividade e organicidade que se manifesta na sua intervenção fragmentada, argumenta-se que quando fortalecido, os(as) estudantes podem horizontalizar as relações entre as diversas naturezas jurídicas nas universidades envolvidas, e construir um movimento efetivamente plural com potencial para transforma o SUS, as relações sociais, e lutar pela justiça social como
“bandeira partidária” comum.

Biografia do Autor

  • Gabriela Vicari, Universidade do Estado de Santa Catarina
    Graduanda em Enfermagem pela Universidade do Estado de Santa Catarina.

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Publicado

24-02-2017

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura