A formação em Geografia e os desafios postos na condição de futuro licenciado frente ao cenário de desigualdades sociais

Autores

  • André Luis Pereira Corrêa Universidade Federal da Fronteira Sul Erechim
  • Thiago Ingrassia Pereira Universidade Federal da Fronteira Sul Erechim

Resumo

A presente pesquisa é resultante da breve experiência no âmbito acadêmico como licenciando em Geografia e bolsista do Grupo Práxis - PET Conexões de Saberes, condições estas que provocam reflexões e oferecem ferramentas para se (re)pensar a sociedade em permanente desenvolvimento. Ingressar no curso de licenciatura significou, entre outras questões, compreender a relevância da atuação do educador na formação de sujeitos para uma leitura consciente da sociedade em formação. Tratando especificamente do curso de Geografia, a diversidade de frentes abordadas relacionados às dinâmicas de construção de mundo vem possibilitando reflexões quanto ao projeto de sociedade que construímos, ou (re)produzimos. Esta abordagem holística do conhecimento geográfico desafia o futuro educador a ser mais, a ir além de um mero reprodutor de conhecimentos. Trazendo a educação como uma possibilidade de emancipação dos sujeitos e desenvolvimento de cidadãos críticos, faz-se necessário problematizar acerca de incoerências que historicamente favoreceram o ensino a determinados grupos da sociedade. Os debates acerca da educação formal no Brasil vêm se acirrando ao longo da história, sendo o ensino reflexo de uma sociedade em permanente disputa e repleta destas contradições. Temos acompanhado nos últimos anos diversos projetos para a democratização da educação brasileira, do avanço pela universalização do acesso ao ensino básico a criação de mecanismos que incluam na educação superior grupos sociais historicamente ausentes do meio acadêmico. A condição de bolsista do Grupo Práxis – PET Conexões de Saberes e seu caráter interdisciplinar oferece um importante aporte teórico, oportunizando através do grupo de estudos, atividade no eixo do ensino, contato e debates acerca da Educação Popular através de obras e autores que nos apresentam outras visões de mundo e outras formas de promover a educação, respeitando os saberes de experiência e agregando conhecimentos científicos. Objetiva-se desta forma compreender a condição de pesquisador do educador, a importância de estar em permanente busca de métodos que quebrem paradigmas no ato de educar e socializar, tornando o educando protagonista de sua própria história. A partir da revisão de autores que defendem uma educação emancipatória, pretende-se relacionar o potencial do educador como um agente de transformação social, sendo a sala de aula uma de suas “esquinas de luta”, conceito que Paulo Freire aborda em algumas passagens de seus registros, bem como o papel do professor, inclusive e principalmente no campo da Geografia, como um militante a favor da justiça social, interferindo diretamente na autoestima da população e na busca pela emancipação daqueles que, dentro de um antigo projeto de sociedade, encontram-se em situação de explorados pelo sistema do capital. Considera-se então a educação mais uma de suas esquinas de luta, sendo este profissional um agente necessariamente atuante nas mais diversas frentes e causas da sociedade, contribuindo para a denúncia e combate de injustiças causadas pela perversa e desigual disputa de espaços na sociedade.

Biografia do Autor

  • André Luis Pereira Corrêa, Universidade Federal da Fronteira Sul Erechim
    Graduando de Geografia Licenciatura na Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Erechim. Bolsista PET - Programa de Educação Tutorial no Grupo Práxis – PET Conexões de Saberes, campus Erechim.
  • Thiago Ingrassia Pereira, Universidade Federal da Fronteira Sul Erechim
    Sociólogo, Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul, Tutor do Grupo Práxis – PET Conexões de Saberes, campus Erechim.

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Publicado

09-10-2016

Edição

Seção

Campus Erechim - Projetos de Ensino