A MORTE E O MORRER DE UM RECÉM-NASCIDO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DE UMA VIVÊNCIA PRÁTICA

Autores

  • Bruna Ticyane Müller Narzetti Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC
  • Marceli Cleunice Hanauer Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC
  • Marlene Paz Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC
  • Michelly Carla Santin Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC
  • Rita de Cássia Farias de Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC
  • Joice Moreira Schmalfuss Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC

Palavras-chave:

Despreparo, Educação Permanente, Assistência de Enfermagem, Humanização da Assistência

Resumo

A finalidade do cuidado na Enfermagem é, prioritariamente, aliviar o sofrimento humano, manter a dignidade e facilitar meios para manejar as crises e as experiências do viver e do morrer. Profissionais da Enfermagem são formados para estarem aptos a cuidar e prolongar a vida, porém, muitas vezes encontram-se despreparados para assistir pacientes fora de possibilidade terapêutica. Este é um momento difícil de lidar, tendo em vista que os familiares precisam encontrar suporte para vivenciar as perdas decorrentes da morte de seu ente querido o que, muitas vezes, não ocorre devido ao despreparo de alguns profissionais. A morte é percebida como um acontecimento até certo ponto esperado neste ambiente, entretanto, nem por isso deixa de causar sofrimento aos envolvidos. Nesse sentido, observa-se a fragilidade dos profissionais perante a morte, pois muitas vezes encontram-se emocionalmente abalados para lidar com as situações do cotidiano que são permeadas pela dor e pelo sofrimento. Objetivou-se, com este trabalho, refletir sobre a morte e o morrer de um recém-nascido, a partir de uma vivência prática, considerando a atuação da equipe de Enfermagem. Trata-se de um relato de experiência vivenciada por discentes do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, em atividades teórico-práticas desenvolvidas em um hospital da região oeste de Santa Catarina, junto ao Componente Curricular O Cuidado no Processo de Viver Humano II, cursado no primeiro semestre de 2016. Durante as atividades teórico-práticas as acadêmicas testemunharam um acontecimento no qual foi evidenciado o despreparo da equipe de Enfermagem para lidar com a mãe de um recém-nascido que tinha ido à óbito. Os profissionais evitavam encontrar a mãe do bebê que solicitava receber alta hospitalar para ter condições de despedir-se do seu filho no velório e enterro. Nas situações em que ocorria o encontro entre a mulher e algum profissional, o diálogo versava exclusivamente sobre questões burocráticas hospitalares, tais como papéis a serem preenchidos para a alta, profissional que poderia dar a alta, entre outras. Sabe-se da dificuldade que muitos profissionais possuem para confortar as famílias que estão em sofrimento por uma perda, assim como em dar respostas aos seus questionamentos e necessidades. Esse fato, aliado a outros, revela que existem lacunas em relação ao desenvolvimento de competências necessárias para os profissionais da Enfermagem prestarem assistência às famílias que enfrentam a morte. Tanto questões relacionadas às rotinas das unidades, quanto de administração dos leitos precisam ser trabalhadas a fim de que uma mãe que acabou de perder o seu bebê não fique no mesmo quarto com outras mães que encontram-se com seus bebês saudáveis nos braços. Faz-se necessário um atendimento que seja individualizado a cada mulher, considerando seu processo de saúde-doença, suas crenças, suas formas de pensar sobre a vida, seus sentimentos, suas vivências, etc. Ainda, destaca-se a importância de aprofundar assuntos relacionados à humanização da assistência, ao cuidado com o cuidador, à ética e à bioética, pois acredita-se que por meio da sensibilização profissional seja possível alcançar uma assistência de Enfermagem mais qualificada e diferenciada para lidar com estes momentos.

Biografia do Autor

  • Bruna Ticyane Müller Narzetti, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC
    Acadêmica da 8ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC.
  • Marceli Cleunice Hanauer, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC
    Acadêmica da 8ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC.
  • Marlene Paz, Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC
    Acadêmica da 8ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC.
  • Michelly Carla Santin, Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC
    Acadêmica da 8ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC.
  • Rita de Cássia Farias de Oliveira, Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC
    Acadêmica da 8ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)-Campus Chapecó/SC.
  • Joice Moreira Schmalfuss, Universidade Federal da Fronteira Sul-Campus Chapecó/SC
    Orientadora do trabalho. Enfermeira. Mestre em Enfermagem e Especialista em Obstetrícia. Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da UFFS-Campus Chapecó/SC.

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Publicado

11-10-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Ensino