DIFICULDADE NA AMAMENTAÇÃO: A VIVÊNCIA NO ÂMBITO DA PRÁTICA HOSPITALAR
Palavras-chave:
Aleitamento materno. Prática Hospitalar. HumanizaçãoResumo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) possuem como uma de suas prioridades a nutrição infantil. Estes órgãos defendem a convicção de que o aleitamento materno até os 6 meses é o melhor alimento para a criança. Visto que, o leite humano traz inúmeros benefícios para a saúde e desenvolvimento da infantil. Por essa razão, o aleitamento materno foi estabelecido como estratégia simplificada na atenção primária para a redução da morbidade e mortalidade infantil. Ressaltamos que existem diversos fatores envolvidos na dificuldade em amamentar e consequentemente no desmame precoce, como aspectos sociais, psíquicos e culturais. Com base na vivência exercida no setor da maternidade foi possível verificar que o número de puérperas que apresentam dificuldade na amamentação foi significativamente maior em relação às que não apresentaram dificuldade alguma. Diante disso, esse estudo objetivou relatar a experiência vivenciada no âmbito da atenção hospitalar durante as atividades teórico-práticas da assistência prestada à puérperas na prática do aleitamento materno. Trata-se de um relato de experiência baseado nas vivencias das acadêmicas da 7ª fase do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) no período de 2016 nas atividades desenvolvidas em um hospital referência para o atendimento a gestantes de baixo risco em um município do oeste catarinense. No decorrer da prática evidenciou-se grande dificuldade das puérperas para amamentar, enfrentar os diversos obstáculos do puerpério e lidar com a nova vida após o nascimento do filho. Mesmo tendo realizado o número ideal de consultas durante o pré-natal, as puérperas chegavam no ambiente hospitalar com pouco ou nenhum preparo para o aleitamento materno e até mesmo para os cuidados mais simples com seus bebês. Ressalta-se que foi possível identificar também o despreparo dos profissionais que prestam assistência para esse público de mulheres, tanto na atenção primária quanto no ambiente hospitalar. É preciso trabalhar incessantemente para preencher essa lacuna entre esses dois níveis de atenção. As práticas humanizadas e baseadas em evidências devem ser incentivadas desde a formação acadêmica, para emergirem na atuação profissional e isso exige uma ampliação de conhecimentos sobre a amplitude do cuidado e relações interpessoais conscientes, vendo o ser humano em todos as suas dimensões e respeitando seus atributos de forma individualizada. A enfermagem tem papel fundamental nessa troca de informações, porém precisa compreender a visão da mulher sobre o processo de amamentar em suas várias dimensões e assim refletir até que ponto pode ser uma prática impositiva, dolorosa, frustrante. O valor atribuído à criança muitas vezes ultrapassa as barreiras subestimando a atenção que as mulheres necessitam e neutralizando a manifestação desta sobre seu próprio corpo. Durante a vivência foi possível inferir que em muitos momentos as mulheres não têm oportunidade de declarar seus reais desejos de amamentar. Neste contexto, enfatiza-se a importância das informações às gestantes acolhidas na unidade básica de saúde sobre a prática do aleitamento e seus benefícios e, principalmente sua liberdade de escolha, tornando esse momento agradável e único, não como dever para desempenhar o papel de boa mãe.
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.