A LINHA DA EQUIDADE NO VER-SUS OESTE CATARINENSE: DESCORTINANDO PRIVILÉGIOS E INQUIETANDO CO-RESPONSABILIZAÇÃO PARA JUSTIÇA SOCIAL

Autores

  • Adriana Carolina Bauermann Universidade Comunitária da Região de Chapecó-UNOCHAPECÓ

Palavras-chave:

Equidade em saúde. Sistema Único de Saúde. Formação profissional em saúde. Acesso aos serviços de saúde. Integralidade em saúde.

Resumo

O projeto Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) têm como objetivo aproximar os (as) estudantes de diversas áreas do conhecimento com a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS) despertando uma visão ampliada do conceito de saúde, com o propósito de preparar esses futuros (as) profissionais para o exercício da cidadania e atuação no SUS, comprometidos ética e politicamente com as suas diretrizes. Para esses propósitos são utilizados durante a imersão no projeto algumas estratégias problematizadoras que consigam despertar o pensamento crítico e emancipador nos estudantes participantes. O objetivo desse trabalho é relatar a experiência da “Linha da Equidade”, um dos mecanismos utilizados para instigar reflexões sobre o processo de educação, formação e atenção em saúde. Esta atividade foi proposta com intuito de gerar inquietações, reflexões e amadurecimento nos estudantes sobre a realidade a qual estão inseridos, seus privilégios e suas condições de vida perante a sociedade, com perguntas direcionadas a condições financeiras, nível de escolaridade familiar, orientação sexual, acesso à saúde e lazer, entre outras. Para a realização da mesma, primeiramente todos os participantes foram colocados em volta de uma grande sala com as mãos atadas uns aos outros. O condutor, depois de explicar o funcionamento da atividade, iniciou proferindo várias perguntas sobre o cotidiano e de acordo com os resultados que os estudantes obtinham, refletindo sobre a própria vida, precisavam dar um passo a frente se o resultado para tal observação era positivo ou permanecer no mesmo local se o resultado fosse negativo, e em algumas situações tinham a chance de escolher dar um passo a frente, dar um passo atrás ou permanecer no mesmo local, de acordo com a interpretação individual do questionamento proposto. No fim da atividade, percebeu-se no centro da sala um aglomerado de pessoas, enquanto alguns permaneceram nas extremidades da sala, representando as distintas condições de vida que geram pontos de partida igualmente dispares. A atividade foi concluída com uma discussão em grande círculo para a explanação dos sentimentos e melhora da compreensão da dinâmica. A partir das falas dos(as) estudantes, emergiram sentimentos conflitantes que surgiram ao olhar para frente e/ou olhar para trás e ver que o colega não estava mais ao lado, bem como com a separação das mãos quando dois colegas próximos ficaram em posições muito distintas. Emergiram também discussões contextuais sobre as políticas sociais e de saúde que possuem transversalmente a Equidade como pano de fundo, a exemplo do Programa Mais Médicos, Bolsa Família, Cotas raciais, dentre tantas outras, instigando-se para além do “ser a favor ou contra”, quais os significados que trazem para o agir profissional no SUS. Avalia-se que essa atividade, apesar de rápida, consegue semear reflexões valiosas para todos(as) os(as) participantes por gerar inquietações e pensamentos ainda periféricos nos itinerários formativos, nem no cotidiano como profissionais de saúde (ou de outras áreas). Neste sentido, o VER-SUS enquanto dispositivo de formação consegue minimizar esta lacuna e fornecer momentos de avaliação crítica da própria realidade.

Biografia do Autor

  • Adriana Carolina Bauermann, Universidade Comunitária da Região de Chapecó-UNOCHAPECÓ
    Acadêmica de Farmácia - Universidade Comunitária da Região de Chapecó- UNOCHAPECÓ. Bolsista de Extensão - FAPEX

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Publicado

21-02-2017

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura