SEMANA DE VIVÊNCIAS DE ESTUDANTES NAS REDES DE SAÚDE DE DIFERENTES COMUNIDADES
Palavras-chave:
Saúde, SUS, Indígenas, Quilombolas, Direitos HumanosResumo
Dentre os princípios doutrinários do SUS está a equidade, que visa à diminuição das desigualdades por meio do tratamento diferenciado aos diferentes. Com base nisso, a Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), desde a instalação do curso de Medicina no campus Passo Fundo, insere seus alunos em estudo práticos nos serviços de Atenção primária à Saúde com intuito de promover um aprendizado vinculado às necessidades reais de saúde da população. A UFFS trabalha com municípios que contam com peculiaridades, que desafiam os estudantes, como a saúde indígena (Água Santa, RS) e a quilombola (Sertão, RS).Os fatores determinantes da saúde indígena estão relacionados à garantia de sua plena cidadania, com autonomia, posse territorial, uso exclusivo dos recursos naturais e integridade dos ecossistemas específicos e, acima de tudo, deve estar a serviço da cultura e das formas próprias de organização. A saúde para os povos indígenas é uma construção coletiva, e se conquista através da participação e do fortalecimento do seu protagonismo e poder de decisão. Já as comunidades negras rurais, durante séculos, constituíram processos que possibilitaram a construção de uma significativa rede de relações socioculturais, econômicas e políticas; a formação de quilombos está no cerne destes acontecimentos. As comunidades quilombolas despertam uma série de questões socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais que fazem parte da discussão sobre o que representam os quilombos contemporâneos na atualidade e sobre a sua efetiva inserção cidadão.Após os estudantes vivenciarem, mesmo que superficialmente, o cotidiano dessas comunidades, puderam, assim, observar que em algumas localidades as condições de vida são extremamente organizadas, enquanto em outras, falta assistências básicas, como água potável e saneamento básico, as quais, constitucionalmente, são de direito de qualquer indivíduo. Assim sendo, deve haver uma cooperação mútua entre os profissionais da saúde, a gestão política dos municípios onde existe população de cor parda/negra e indígena, para que seja possível viabilizar a promoção da equidade do SUS no país, de forma que o conceito de saúde definido pela OMS como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades, seja realmente alcançado. Para isso, os cursos de saúde devem abordar em seus planos curriculares as novas diretrizes do MEC, em que se prioriza uma formação humanizada, de tal modo que todo profissional dessa área consiga curar o indivíduo de maneira longitudinal (da cabeça aos pés) além de, principalmente, conseguir de maneira efetiva promover a saúde considerando as peculiaridades de cada comunidade brasileira, principalmente às referidas, tendo em vista que, por mais que sejam considerados minorias no conjunto de oportunidades oferecidas pela sociedade, a soma da população indígena e preta/parda são a maioria, em números, no Brasil. Além disso, a gestão política deve ser eficiente, a ponto de levarem às populações informações pertinentes de seus direitos e deveres como usuários do Sistema Único de Saúde.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.