LUXAÇÃO DE COLUNA TORÁCICA COM FIXAÇÃO POR PINOS DE SCHANZ E RESINA AUTO-POLIMERIZÁVEL EM CÃO – RELATO DE CASO
Palavras-chave:
fixação óssea vertebral, cifose, alinhamento de vertebras torácicas.Resumo
Luxação é deslocamento parcial, completo ou repentino de dois ossos ou mais em relação ao seu ponto de articulação normal. Entende-se como luxação de coluna torácica a incongruência entre as superfícies articulares de vértebras torácicas contíguas. Um paciente da espécie canina, macho, 1,6 anos de idade, da raça Lhasa-Apso, foi atendido com histórico de atropelamento. O paciente apresentava alteração no sistema nervoso, como movimentos rotatórios, ataxia dos membros pélvicos e claudicação. Em relação as reações posturais, foi realizado o exame de propriocepção, que mostrou-se ausente nos membros pélvicos. Realizou-se o exame radiográfico do seguimento toraco-lombar da coluna vertebral. Nas imagens foi possível observar um desalinhamento ventrodorsal entre as vértebras T12 e T13, com incongruência entre seus processos articulares caracterizando uma luxação. O paciente foi submetido ao alinhamento das vértebras T12 e T13 através de um procedimento cirúrgico com fixação óssea vertebral. Antes do procedimento cirúrgico, o animal foi submetido a medicação pré-anestésica (MPA), com uso de Diazepan® - 0,5mg/kg, via IV. Para indução anestésica, utilizou-se Propofol na dose de 8mg/kg, IV. A manutenção anestésica foi realizada através de solução contínua de Fentanil (0,0036mg/kg/hr), Lidocaína (3mg/kg/hr) e Cetamina (0,6mg/kg/hr). A cirurgia consistiu no alinhamento das vértebras T12 e T13, com estabilização através da colocação de 4 fios Schanz de 1,5mm, aplicados de forma angulada ao corpo das vértebras, sendo um de cada lado de T12 e T13, e posterior fixação com resina autopolimerizável na base dos fios. Após 5 dias de cirurgia, o animal apresentava cicatriz cirúrgica com pontos de sutura no dorso, aumento de volume referente a extremidade do aparelho ortopédico saliente, sem dor, sem lesão, assim como claudicação leve dos membros pélvicos, déficit de propriocepção no membro pélvico direito e cifose. Depois de 10 dias de cirurgia, o paciente apresentava boa cicatrização e evolução favorável da ferida cirúrgica, apresentava ainda déficit leve de propriocepção no membro pélvico direito, cicatriz no dorso com pontos de sutura, claudicação leve e cifose. No mesmo dia realizou-se a remoção das suturas e indicou-se deixar o animal solto, com restrição de saltos. Após 30 dias do procedimento cirúrgico o paciente retornou e foi observado que o mesmo estava correndo, pulando e brincando, sem sinais de déficit motor ou proprioceptivo, porem apresentava ainda cifose, sem dor na região do implante. Através do procedimento cirúrgico relatado notou-se a melhora na qualidade de vida e bem-estar do animal, logo conclui-se que a fixação por pinos de Schanz associada a resina auto-polimerizável é satisfatória nos casos de luxação de coluna torácica, em especial, o alinhamento das vértebras T12 e T13.
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