Frequência de revisões sistemáticas nos periódicos nacionais da área da educação física e esporte: 2000-2014

Resumo

Resumo: Revisões sistemáticas têm como principal fim oferecer um amplo panorama sobre um determinado assunto. Seu alicerce em uma pergunta de pesquisa mais restrita e a aplicação de métodos replicáveis para busca, seleção e avaliação da evidência disponível são suas principais diferenças em relação as revisões mais tradicionais, também conhecidas como revisões narrativas. Diante desse cenário, a presente pesquisa teve como objetivo central analisar a frequência de revisões sistemáticas nos periódicos nacionais da área da Educação Física e do Esporte (EFE) entre 2000 e 2014. Como critério de inclusão, foram procurados periódicos nacionais da área da EFE classificados entre os estratos A1 e B2 no sistema Periódicos Qualis, com base nas classificações de 2013 e 2014. Três pesquisadores, de forma independente, fizeram a análise dos artigos, considerando-se para a síntese as publicações originais e revisões, que, por sua vez, foram avaliadas como narrativas ou sistemáticas. Como resultados, de nove periódicos elegíveis, foram sorteados cinco para terem suas publicações analisadas (Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano e Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, Revista Motriz e Revista Movimento). Do total de 2.601 artigos encontrados, 2.257 foram avaliados como originais (86,8%) e 344 como revisões (13,2), sendo 275 destas avaliadas como narrativas (79,9%) e 69 como sistemáticas (20,1%). O maior número de revisões sistemáticas foi observado no periódico Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde (n = 51; 73,9%). As primeiras revisões sistemáticas foram publicadas a partir de 2007, observando-se tendência de aumento do número de publicações ao longo dos anos, de 2 em 2007 para 15 em 2014, sendo 2013 o ano com maior número de revisões sistemáticas publicadas (n = 18). Por outro lado, mesmo que o número de revisões narrativas tenha apresentado grande oscilação ao longo do período, variando entre 5 (2003) e 56 (2009), com média de 18 revisões narrativas publicadas por ano, nos dois últimos anos analisados, se observou paridade entre o número de revisões narrativas e sistemáticas publicadas. Como conclusão, ao mesmo tempo que se observa o aumento do número de revisões sistemáticas publicadas nos periódicos nacionais da EFE, espera-se que este tipo de pesquisa não apenas fique concentrado nas publicações da área da saúde.